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As estrelas nascem em agrupamentos soltos

ESO

Com base em dados previamente publicados da missão Gaia, investigadores da Universidade de Heidelberg derivaram as condições sob as quais as estrelas se formam.

O satélite Gaia está a medir as posições tridimensionais e os movimentos das estrelas na Via Láctea com uma precisão sem precedentes. Usando esses dados, Jacob Ward e Diederik Kruijssen determinaram as posições, distâncias e velocidades de um grande número de jovens estrelas massivas em 18 agrupamentos estelares próximos.

Os investigadores conseguiram demonstrar que não há evidência alguma de que essas associações se estejam a expandir. Portanto, não podem ter sido formadas como um enxame denso e, de seguida, crescido para o seu tamanho atual.

O modelo de longa data da formação estelar sustenta que a maioria, se não todas as estrelas, se formam em aglomerados estelares relativamente densos. Os especialistas referem-se a este como o modelo “monolítico” da formação das estrelas.

Com base nesse modelo, cada agrupamento de jovens estrelas observáveis atualmente deve ter origem num ou mais enxames densos. Depois da formação das estrelas, estes enxames expeliram o gás molecular restante e foram capazes de se expandir devido à perda da massa gravitacionalmente ligada.

Os aglomerados menos densos de hoje ter-se-iam formado dessa forma e, portanto, milhões de anos depois, evidenciariam sinais claros de forte expansão.

Para Ward e Kruijssen, os resultados da sua investigação indicam claramente que o modelo “monolítico” de formação estelar simplesmente não é viável.

Ambos os cientistas preferem outra explicação, a saber, que apenas uma pequena fração das estrelas nasce dentro de aglomerados densos. Ao invés, as estrelas formam-se em gigantescas nuvens de gás molecular numa ampla faixa de densidades.

Este modelo “hierárquico” de formação estelar explica os enxames estelares de hoje e as associações com uma variedade de densidades que não mostram sinais de expansão adicional.

A missão Gaia vai recolhidos dados sobre mais de mil milhões de estrelas – pelo menos 500 vezes mais do que os dois milhões de estrelas incluídas neste estudo inicial. Jacob Ward e Diederik Kruijssen esperam que estes novos dados permitam expandir o seu estudo a, potencialmente, centenas de grupos estelares soltos, conhecidos como Associações OB, e aprofundar ainda mais a questão de como nascem as estrelas.

// CCVAlg

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