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Estrela foi banquete de um buraco negro e criou um fenómeno raríssimo

O resultado do encontro entre um buraco negro e uma estrela azarada deu origem a um fenómeno raríssimo detetado por astrónomos.

Ao medirem a radiação X enquanto a estrela era devorada, perceberam que estavam perante um buraco negro de peso médio e de massa intermediária.

Os cientistas pensavam que os buracos negros de massa intermediária (IMBH, na sigla em inglês) eram comuns, mas eles têm escapado dos olhares atentos dos telescópios. Por isso, esta é uma descoberta inédita, que pode desvendar o mistério de como os buracos negros supermassivos chegam aos seus enormes tamanhos.

“O facto de termos conseguido capturar este buraco negro enquanto ele devorava uma estrela oferece-nos uma oportunidade incrível de observar o que de outra forma seria invisível”, começou por dizer a astrónoma Ann Zabludoff, da Universidade do Arizona, nos EUA.

“Além disso, analisando a chama, conseguimos entender melhor essa categoria fugaz de buracos negros que pode muito bem representar a maioria dos buracos negros nos centros das galáxias”, acrescentou.

A escassez de deteções na faixa de massa dos IMBH até ao momento é gritante, denota o portal ScienceAlert. Até agora, os astrónomos conseguiram revelar apenas um punhado deles, mas acredita-se que haja muitos mais por aí.

Os buracos negros normalmente revelam-se quando algo, como uma estrela, aproxima-se demasiado deles. Quando é o caso, a imensa força exercida pelo buraco negro faz com que a estrela se desfaça. Essa rutura liberta uma chama brilhante.

O que esta equipa de investigadores da Universidade do Arizona fez foi voltar a analisar os dados de um acontecimento desta natureza que aconteceu em 2003.

Os cientistas procuraram medir, com maior precisão, a massa e a rotação do buraco negro. Eventualmente, descobriram que a massa do buraco negro em estudo situa-se nas dez mil massas solares. Além disso, descobriram que estava a girar rapidamente.

“É possível que o buraco negro se tenha formado daquela forma e não mudou muito desde então, ou que dois buracos negros de massa intermediária fundiram-se recentemente para formar este”, disse Zabludoff.

“Sabemos que a rotação medida exclui cenários onde o buraco negro cresce durante um longo período de tempo devido à ingestão constante de gás ou de muitos snacks de gás que chegam de direções aleatórias”, acrescentou.

Os resultados foram publicados na revista científica The Astrophysical Journal.

Daniel Costa, ZAP //

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