Uma nova investigação descobriu que os sismómetros detetaram uma onda Rayleigh 15 minutos antes da grande erupção. Os cientistas esperam agora poder criar sistemas de alerta com base nesta revelação.
Em janeiro de 2022, o vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai entrou em erupção com uma força sem precedentes, destruindo a ilha e enviando uma enorme nuvem de cinzas sobre o Pacífico.
Este acontecimento catastrófico pôs em evidência o desafio de prever este tipo de erupções, que ocorrem frequentemente sem sinais de aviso aparentes. No entanto, uma investigação recente sugere que certos eventos vulcânicos podem emitir um sinal precursor subtil antes da erupção.
Um estudo conduzido por investigadores da Universidade de Tóquio examinou dados sísmicos registados por estações distantes, incluindo as de Fiji e Futuna, localizadas a mais de 750 quilómetros da erupção.
Descobriram que cerca de 15 minutos antes da explosão vulcânica, um tipo específico de onda sísmica, chamada onda Rayleigh, foi detetada por estes sismómetros. Embora impercetível para os seres humanos, a onda Rayleigh sinalizava atividade abaixo da superfície do vulcão.
As conclusões da equipa, publicadas na Geophysical Research Letters, sugerem que esta onda sísmica poderá ajudar a desenvolver sistemas de alerta precoce para eventos futuros semelhantes. A onda de Rayleigh pode ser utilizada para esses avisos, embora as infra-estruturas atuais não tenham capacidade para interpretar estes sinais de erupções vulcânicas em tempo real, explica o Gizmodo.
De acordo com os investigadores, a onda Rayleigh resultou provavelmente de uma fratura sob a caldeira do vulcão, que permitiu a entrada de magma na câmara do vulcão, provocando um colapso estrutural que levou à erupção. Esta foi a maior pluma vulcânica alguma vez registada, atingindo 58 quilómetros na mesosfera em apenas 30 minutos – um recorde anteriormente detido pela erupção do Monte Pinatubo em 1991.
A integração de dados sísmicos de estações remotas pode melhorar os sistemas de alerta precoce, fornecendo minutos cruciais de aviso prévio antes de grandes erupções. Embora estes métodos não estivessem disponíveis em 2022, os futuros observatórios subaquáticos podem no futuro aplicar este tipo de análise para detetar mais cedo uma potencial atividade vulcânica.
Se o sinal da onda Rayleigh se revelar eficaz em sistemas de alerta precoce, poderá potencialmente reduzir o impacto de futuras erupções – especialmente se ocorrerem perto de regiões densamente povoadas.