Cemitério português é Património Mundial da Humanidade

Paulo Valdivieso / Wikimedia

Cemitério militar português de Richebourg, em França

O cemitério português de Richebourg foi elevado, esta quarta-feira, a Património Mundial da Humanidade. É o maior cemitério militar português da Europa.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) elevou, esta quarta-feira, a Património Mundial da Humanidade o cemitério de Richebourg, no norte de França.

Este é “apenas” mais um dos cemitérios que têm sepultados os milhares de soldados mortos na I Guerra Mundial… mas com uma grande diferença: é português.

Na comuna de Richebourg, na região de Nord-Pas-de-Calais, estão sepultados 1.831 ex-combatentes lusitanos, transferidos pela Comissão Portuguesa de Sepulturas de Guerra entre 1924 e 1938 de vários cemitérios em França, na Bélgica e na Alemanha.

Em 2018, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve neste, que é o maior cemitério militar português da Europa, à margem das celebrações do centenário da Batalha de La Lys – a maior derrota militar portuguesa na I Guerra Mundial, que fez mais de sete mil vítimas, entre mortos, feridos e prisioneiros.

Ligação entre Portugal e França

Naquela visita, Marcelo Rebelo de Sousa destacou o facto de o Presidente francês, Emmanuel Macron, ter estado nas cerimónias, descrevendo-a como uma presença “intensa, vivida e longa, sacrificando um programa que tinha em Paris”.

Seis anos depois, amizade e a valorização da memória ainda está presente.

“Somos o território da I Guerra e por isso há amizade, cooperação internacional, valorização da memória e muitos voluntários para fazer viver esta memória”, considerou, esta quarta-feira, Bruno Cavaco, cônsul honorário de Portugal em Lille, em declarações à agência Lusa.

“Por exemplo, a cidade Arras é geminada com a Batalha, o presidente da Câmara de Richebourg foi à casa do soldado Milhões em Murça, há uma grande cooperação entre as cidades. E a ideia de desenvolver mais o conhecimento sobre a participação portuguesa na Guerra e o turismo da memória, é algo muito importante”, contou.

Atualmente, ao cuidado da Associação União Franco-Portuguesa de Richebourg, o cemitério tem várias referências simbólicas, como a bandeira de Portugal o escudo nacional, a cruz latina e um altar, onde estão inscritas as províncias portuguesas – Algarve, Alentejo, Beira Baixa, Beira Alta, Minho, Douro e Trás-os-Montes.

Além do cemitério de Richebourg, foram reconhecidos pela UNESCO, em França e na Bélgica, mais 138 lugares em memória dos soldados mortos da I Grande Guerra.

Miguel Esteves, ZAP //

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