Estão a chegar os sinais de trânsito inteligentes

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kamienok / Flickr

O Centro de Excelência para a Inovação e Indústria Automóvel (CEIIA) apresenta em 2015 os primeiros projetos-piloto da instalação de sinais de trânsito “inteligentes” que podem, segundo o responsável da entidade, mudar radicalmente o fluxo de trânsito nas cidades.

“Se os sinais de trânsito forem digitais e pudermos, nomeadamente, alterar os sentidos das ruas em tempo real, criando muito mais capilaridade, podemos com mais facilidade escoar todo o fluxo de trânsito”, disse à Lusa o presidente do CEIIA, José Rui Felizardo.

“Isto integrado com o nosso sistema de gestão de mobilidade vai trazer impactos muito positivos. Passando ao mesmo tempo a haver informação útil para o utilizador com um conjunto de opções muito maiores, sobre a mobilidade”, explicou.

Felizardo conversou com a Lusa no stand que o CEIIA tem no “Smart Cities World Congress” que decorre na cidade de Barcelona até esta quinta-feira e onde está a apresentar vários dos seus projetos.

Tendo como alicerce o sistema de gestão de mobilidade Mobi.me – “o cérebro de todos os produtos e serviços” – o CEIIA apostou, por um lado, em iniciativas viradas para os devices em si, como as bicicletas inteligentes, mas por outro para a questão mais complexa das infraestruturas das cidades.

Uma necessária resposta ao que José Rui Felizardo diz serem os “principais desígnios da mobilidade”: redução de custos, redução de tempos e mais sustentabilidade ou menor pegada ecológica, pensados do ponto de vista do utilizador.

“Para reduzir tempos não basta introduzir veículos elétricos. Temos mais sustentabilidade, mas para reduzir tempos e custos temos que agir ao nível das infraestruturas. Isso implica olhar para a forma como o sistema dos fluxos de tráfico pode ser gerido”, explica.

Para lidar com os quatro movimentos fundamentais de trânsito nas cidades (manhã, final do dia, fins de semana e grandes eventos) atualmente as cidades apenas utilizam a semaforização, que, necessariamente, é estática.

Sinais de trânsito digitais

Introduzir sinais de trânsito digitais, porém, amplia a capacidade de lidar melhor com os fluxos em cada momento.

“Em cidades como São Paulo, podemos estar a falar de 30 ou 35% de redução de tempo se introduzirmos sistemas com estas características. São sistemas que vão mudar completamente o comportamento das cidades, com lógicas completamente diferentes”, disse.

ceiia.com

O presidente do Ceiia, José Rui Felizardo

O presidente do Ceiia, José Rui Felizardo

“No próximo ano vamos apresentar o projeto. Temos alguns pilotos que vamos lançar em algumas cidades. A introdução deste sistema tem algumas questões críticas de segurança. Não podemos alterar o sentido de uma rua em tempo real com leviandade”, disse.

E se, numa primeira fase, se pode recorrer a sistemas de painéis informativos para dar conta das alterações, num futuro, dentro de alguns anos, quando os veículos estiverem conetados aos sistemas de gestão de mobilidade das cidades permitirá que a informação chegue a cada veículo.

O CEIIA é a principal presença portuguesa na edição deste ano do “Smart Cities World Congress” que decorre em Barcelona, um evento que como explica Felizardo reúne, no mesmo espaço, operadores de sistemas de gestão de mobilidade nas cidades, operadores de serviços, e representas das principais autarquias da Europa, América Latina e outros continentes.

“É aqui que temos as primeiras abordagens de mercado, onde fazemos os primeiros contactos que depois sequenciamos em virtude da nossa lógica de evolução dos produtos e serviços que temos para colocar no mercado”, disse.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. São Paulo de noite, seja sistema analógico ou digital nada vai mudar, as pessoas vão continuar a não parar nos sinais vermelhos com medo de serem assaltadas 😛

  2. O meu inglês é suficiente para ler e compreender o texto. Mas não são capazes de traduzir para português, por exemplo, “Smart Cities World Congress”? e “devices “? É que muita gente mal sabe português (será o caso do jornalista da LUSA? Nem quero crer mas… mais uma vez por exemplo: “…forem digitais e podermos,… ” podermos está mal escrito, é PUDERMOS que se escreve). Esta trampa já mete nojo! São utilizadas “inglesices” por tudo e por nada, mas o português que se escreve é, simplesmente, vergonhoso!

    • Caro (I)Letrado,
      Discordamos da sua apreciação acerca do uso (parcial e pontual) da língua inglesa num texto em Português. Talvez “devices” fosse de facto escusado.
      Mas tem razão no imperdoável erro em “podermos”. E o facto de ter vindo da Lusa não é desculpa, a edição foi nossa, o erro é nosso.
      Está corrigido, obrigado pelo seu reparo.

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