Estado Islâmico vende crianças de 1 a 9 anos como escravas sexuais por 150 euros

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DFID - UK Department for International Development / Wikimedia

Menina iraquiana com a família no campo de refugiados de Newroz.

Menina iraquiana com a família no campo de refugiados de Newroz.

A Organização das Nações Unidas (ONU) confirma a veracidade da lista que há muito corre pela Internet com os preços que o Estado Islâmico paga por mulheres e crianças, incluindo bebés, para serem usados como escravos sexuais.

Essa lista divulgada em vários sites detalha em dinares iraquianos o preço pago por crianças de 1 a 9 anos (incluindo rapazes e raparigas), respectivamente, pouco mais de 150 euros.

As jovens com idades entre os 10 e os 20 anos são vendidas por cerca de 113 euros, as que têm mais de 20 anos custam menos e as mulheres com mais de 40 anos são leiloadas por 37 euros.

A representante do Secretário-Geral da ONU para a Violência Sexual em Conflito, Zainab Bangura, confirma à Bloomberg que estes números são autênticos.

“As raparigas são vendidas como barris de petróleo. Uma rapariga pode ser vendida e comprada por cinco ou seis homens diferentes. Às vezes, estes combatentes vendem de novo estas jovens às suas famílias por milhares de dólares de resgate“, conta Zainab Bangura.

A ex-ministra dos Negócios Estrangeiros da Serra Leoa refere que quanto mais novas as raparigas, mais valorizadas são pelos combatentes.

Não há dados concretos quanto ao número de mulheres capturadas pelo Estado Islâmico nas regiões do Iraque e da Síria que estão sob seu controle.

A estratégia do grupo terrorista passa por matar os homens, capturar os rapazes mais jovens para os levar para os seus campos de treino, onde lhes ensina, nomeadamente, a arte de decapitar com bonecas, e sequestrar as mulheres e as crianças para serem usadas como escravas sexuais.

Elas são leiloadas, como no tempo dos escravos, e há uma hierarquia para se fazerem as licitações, conforme revela Zainab Bangura. Os comandantes das milícias do Estado Islâmico escolhem primeiro, seguem-se os civis estrangeiros endinheirados e, finalmente, os restantes combatentes.

A representante da ONU considera que é praticamente impossível terminar com esta prática da escravidão sexual.

“Eles têm uma maquinaria, têm um programa. Têm um manual de como se tratam estas mulheres. Têm um gabinete de casamentos que organiza todos estes ‘casamentos’ e a venda das mulheres”, conta Zainab Bangura que alerta que não estamos a falar de “um grupo rebelde qualquer”.

“Isto é diferente. Eles têm a combinação de um Estado convencional militar bem gerido e bem organizado”, conclui.

No fim de 2014, surgiu na Internet um panfleto que ensina aos combatentes do grupo terrorista como devem tratar as suas escravas sexuais.

Esse documento inclui a justificação da captura das mulheres por serem “infiéis”, ou seja, não crentes no Islamismo, e a ideia de que, quando são virgens, os combatentes podem manter relações sexuais com elas de imediato. Quando não o são, devem “purificar o seu útero“.

No panfleto fala-se ainda do “bater disciplinador” como prática normal e justificável, frisando-se que apenas a face da mulher é intocável.

SV, ZAP

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