O Sri Lanka declarou esta quarta-feira o estado de urgência após o Presidente ter fugido do país, que vive uma crise económica devastadora, e com manifestantes ainda reunidos junto ao gabinete do primeiro-ministro.
“O Presidente saiu do país, o estado de urgência foi declarado para fazer frente à situação vivida no país”, afirmou à agência de notícias France-Presse o porta-voz do primeiro-ministro, Dinouk Colombage.
Nos últimos dias, os manifestantes ocuparam vários edifícios governamentais, exigindo a demissão dos principais líderes políticos. O Presidente, Gotabaya Rajapaksa – que tinha concordado em abandonar o cargo -, a mulher e dois guarda-costas deixaram o Sri Lanka a bordo de um avião da Força Aérea com destino à capital das Maldivas.
Os manifestantes exigem também que o primeiro-ministro renuncie imediatamente, mas Ranil Wickremesinghe afirmou que só o faria assim que um novo Governo estivesse em funções.
Rajapaksa é acusado de má gestão económica, que levou o país a assumir a incapacidade de financiar as importações mais essenciais para os seus 22 milhões de habitantes, devido à falta de moeda estrangeira.
Colombo falhou no pagamento de uma dívida externa de 51 mil milhões de dólares (50,9 mil milhões de euros) em abril e está em conversações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para uma possível ajuda de emergência.
Os protestos no Sri Lanka começaram em março e agravaram-se nos últimos dias, com os manifestantes a forçarem os dois líderes do país a anunciar a demissão.
ZAP // Lusa