Esqueça a Atlântida. Atlit Yam é um mundo aquático encantado com 9000 anos

Wikimedia/Hanay

Profundezas de Atlit Yam

A região é particularmente rica em sítios pré-históricos submersos, tendo sido descobertas 17 populações.

Dez metros abaixo do nível da água do mar, um mundo outrora encantando ainda persiste apesar da passagem do tempo.

O sítio arqueológico de Atlit Yam, situa-se em Haifa, Israel, constituindo uma herança neolítica e um relato de uma comunidade marcada pela prosperidade e que existiu mesmo.

De acordo com o site IFL Science, durante o início do Holocénio, era uma crença generalizada que a comunidade Atlit Yam se tinha estabelecido ali há mais de 8 mil anos. Isto porque, apesar de agora estar totalmente submersa, o local encontrava-se muito acima dos níveis das águas do mar, o que acabou por gerar terras extremamente férteis e preparadas para a agricultura.

O local foi descoberto por Eduh Galili, um arqueólogo marinho, em 2014, com inúmeras escavações a decorrerem ali nos anos que se seguiram, de forma a perceber como é que a antiga população residia.

Num perímetro de 40 mil metros quadrados, os especialistas encontraram casas, poços e até túmulos. Acredita-se ainda que no local terá ocorrido criação de animais, em função da descoberta de ossos de ovelhas, porcos e cães domesticados.

Foram também descobertos 65 esqueletos humanos na área, a maioria em túmulos únicos e onde os ossos se mantiveram num estado de conservação admirável. Por exemplo, os restos mortais de uma mãe e de um filho foram encontrados no local, tendo revelado os primeiros casos conhecidos de tuberculose.

De acordo com a mesma fonte, no centro do sítio arqueológico estão sete grande monólitos de pedra à volta de uma nascente, o que deixou os arqueólogos a pensar que o espaço foi usado para rituais com água.

A área também é rica em acessórios como setas, foices, lanças e facas. Também uma coleção de sílex com cerca de 8.755 artefactos foi decoberta. No entanto, e de forma curiosa, o material encontrado parecia ter origem a mais de 10 quilómetros de distância, no Monte Carmelo.

O local parece ter sido ocupado apenas durante um período breve de tempo, não sendo claro o porquê de as populações não o terem abandonado (a subida das águas do mar é pontada como a justificação mais óbvia, seguindo-se os efeitos de um tsunami).

Esta última teoria é apoiada pelos restos abandonados no local de peixes, em grande número.Considerados bens valiosos, estes não teriam sido propositadamente deixados para trás, pelo que a sua existência sugere uma catástrofe pode ter abalado a aldeia.

Esta região é particularmente rica em sítios pré-históricos submersos, tendo sido descobertas 17 populações.

Ana Rita Moutinho, ZAP //

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