O Halloween conduz à “doença, tristeza e desespero” e viola a lei, segundo alguns russos. Há quem queira substituir este “culto à morte” e as escolas estão a aderir, deixando claro: é expressamente proibido usar trajes de “espíritos impuros.”
A Rússia não está apenas em guerra com a Ucrânia. Esta terça-feira assinala-se o dia mais assustador do ano e, no país de leste, a data irrita os patriotas que, ao verem as abóboras e máscaras “anti-cristãs” tornarem-se o inimigo ocidental da espiritualidade de Putin, há muito querem destruí-la.
No entanto, a popularidade do Halloween na Rússia já não tem travão e é precisamente por isso que os seus opositores já não falam em banir o feriado, mas sim em substituí-lo.
O líder do comité de política social da Câmara dos Representantes da Rússia propôs este domingo mudar o nome do Halloween para melhor refletir as tradições culturais do país.
“Proponho celebrar o Halloween na Rússia sob o nome de Dia de Histórias Assustadoras e Contos de Fadas“, disse Yaroslav Nilov, chefe do comité de política social da Duma Estatal, a Câmara dos Representantes da Rússia, segundo a agência russa TASS.
“Desta forma, evitaremos estar ligados à cultura ocidental e a nomes estrangeiros, mas ainda assim manteremos a diversão para aqueles que estão familiarizados com eles”, rematou.
Halloween? Não, “Festival da Abóbora”
O Ministério da Ciência e Educação da República de Sakha enviou, a 27 de outubro, uma carta a pedir às escolas e organizações para não celebrarem o Halloween.
A celebração é “inadequada” face aos esforços para preservar o património cultural nacional, disse o Ministério da Educação da República também conhecida como Iacútia.
Em vez do Halloween, as escolas devem focar-se na educação e em eventos que “preservem e fortaleçam os valores morais, patriotismo e proteção do património histórico” do país, disseram.
Algumas escolas russas já aderiram à proposta de Nilov e substituíram a terrível festa da abóbora ocidental pelo “Festival da Abóbora”. Os convites deixam bem claro às crianças: é expressamente proibido vestirem-se com trajes de “espíritos impuros.”
Na semana passada, a região sul de Krasnodar pediu aos empresários de empresas para se absterem de celebrações. Numa carta enviada aos líderes das empresas de consumo da região, as autoridades argumentaram, segundo o The Moscow Times, que tais festividades “não têm raízes culturais na cultura multinacional” da região.
Uma guerra contínua
Como o próprio chefe do comité lembra, todos os anos em outubro surgem debates sobre se a Rússia deveria proibir o Halloween, uma vez que “este é um elemento de propaganda pró-ocidental“. Apesar de não ser proibido, algumas regiões e entidades consideram há anos o festival inadequado e pedem restrições às celebrações.
Em 2019, o deputado Vitaly Milonov afirmou que a festividade, à qual associou a “atividades de organizações ocultas perigosas“, viola a lei russa, lembra o jornal online de Moscovo.
“Qualquer tentativa de qualquer professor estúpido de celebrar o Halloween na escola não é nada mais do que uma grave violação da lei federal”, afirmou.
No mesmo ano, padres ortodoxos em Chelyabinsk atacaram o sucesso das bilheteiras “Joker”, afirmando que a produção norte-americana retrata uma “rebelião contra as realidades da sociedade burguesa” e, juntamente com a celebração do Halloween, equivale a uma tentativa contra a soberania russa.
Já em 2013, o ministério da educação na região de Omsk, na Sibéria, proibiu as escolas de assinalar a festividade, alegando que é um “culto à morte” que “promove o extremismo”.
Nesse mesmo ano, o então porta-voz da Igreja Ortodoxa Russa, padre Vsevolod Chaplin, chamou-o de um feriado perigoso que poderia levar a “doença, tristeza e desespero”.
“Parece apenas ser uma piada inofensiva e engraçada” — advertiu o porta-voz, de acordo com a BBC — “mas as forças das trevas pensam de outra forma: vão pregar-te uma partida, e não vais gostar nada.”
Crenças, crendices e patriotismos exacerbados à parte; a verdade é que a maneira como se celebra o Halloween hoje em dia foi uma importação dos EUA e mais parece um Carnaval macabro. Um pouco por toda a Europa sempre se celebrou o dia de finados com idas ao cemitério e em Portugal , em muitas localidades com o célebre pão-por-Deus. Tradição essa que infelizmente se vai perdendo, assim como muitas outras, pois muita gente gosta de ir atrás de tudo o que é estrangeiro, tipo “maria-vai-te com as outras” sem pensar duas vezes. Claro que proibir não é de modo algum aquilo que preconizo. É apenas uma observação social acerca de como as tradições regionais e sociais de um povo se vão diluindo.
O Haloween tem origens macabras para não dizer diabólicas. Coisas estranjas como essa pertence na lixeira.
Proibem tanta coisa mas o que é perverso como esse mau hábito e crença não proibem. Onde está o PUAR que tanto adora cuspir resmas de leis a torto e direito?
Têm medo do halloween, têm medo da NATO, têm medo da liberdade e da democracia. Comprem um cão!
Aos críticos da Rússia, fica a pergunta: o que anda a faltar por cá??? Não será que também preservar e fortalecer os valores morais, patriotismo e proteção do património histórico” do nosso país??? Onde o que eles querem fazer em BANIR FESTAS DE OUTROS PAÍSES em seu território seja errado??? Os mesmos a criticar os russos por serem contra o Halloween, são os mesmos que estão por aí contra a “INVASÃO DA CULTURA, MÚSICA, E “”LÍNGUA”” BRASILEIRA” em Portugal!!!