As espécies podem tornar-se extintas duas vezes — e à segunda é de vez

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Hollingsworth John and Karen, U.S. Fish and Wildlife Service

Lobo cinzento em extinção (Canis lupus)

Para além da extinção biológica, há ainda uma extinção social que acontece quando a memória coletiva da espécie desaparece ou se torna imprecisa. Esta segunda extinção diminui a importância dada aos esforços de preservação.

As espécies podem tornar-se extintas mais do que uma vez. No sentido biológico, uma espécie desaparece quando o último animal morre, mas há ainda uma outra extinção que se dá quando a espécie desaparece da nossa memória coletiva e conhecimento cultural, escreve o Science Alert.

Um novo estudo publicado na Trends in Ecology & Evolution está a estudar o impacto desta extinção social na forma como encaramos o ambiente e nos nossos esforços de preservação das espécies.

Os investigadores estão a apelar a que sejam feitos mais esforços de prevenção da extinção social porque o desaparecimento das espécies das nossas memórias coletivas altera a perceção da importância da conservação das que nos restam.

A pesquisa baseou-se em dezenas de estudos anteriores para identificar como esta segunda extinção acontece e quais os fatores que a influenciam, como a importância cultural ou simbólica da espécie, há quanto tempo o último animal morreu e a dimensão da sua ligação aos humanos.

Uma nota dos autores é de que nem sempre a extinção social se dá depois da extinção biológica, apesar desse ser o cenário na maioria dos casos. Às vezes, as extinções podem ser simultâneas.

“As extinções sociais afetam os esforços de conservação que têm como objetivo proteger a biodiversidade porque podem diminuir as nossas expectativas do ambiente e as nossas perceções do seu estado natural”, afirma o investigador de sistemas biológicos Josh Firth.

As espécies afastadas da civilização ou aquelas que são tão pequenas que só podem ser vistas com um microscópio nunca chegam sequer a ter uma presença social.

Noutros casos, as espécies podem até tornar-se mais populares depois da morte do último exemplar. Mesmo assim, o nosso conhecimento sobre estes animais ou plantas transforma-se gradualmente e torna-se muitas vezes impreciso ou simplificado.

A atividade humana e a falta de ligação com a natureza estão a criar uma dívida de extinção social, concluiu o estudo, que prevê que haja mais casos desta segunda extinção no futuro, a não ser que algo seja feito para os evitar.

ZAP //

1 Comment

  1. Parece um apelo para que se faça um MUSEM DE ESPÉCIES JÁ EXTINTAS !?
    Mais do mesmo, Não se impede os grandes empórios que enriquecerem destruindo o meio ambiente.
    Depois pedem aos governos que façam projectos para protejer as espécies ameaçadas.
    Por último façam museus com dinheiro dos contribuintes porque não há mais nada a fazer.

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