50 espécies descobertas em Viana do Castelo. Há “surpresas” e estreias no Norte

Projecto “Atlântida” explorou zonas desconhecidas do fundo do mar e descobriu meia centena de espécies ao largo de Viana do Castelo.

Viana do Castelo começa a semana a ser palco de descobertas, ou avistamentos, de espécies ou de animais na água.

No domingo foi anunciado que um tubarão-frade (Cetorhinus maximus) foi avistado e fotografado perto da costa de Viana.

No dia seguinte, a Universidade do Minho anuncia que o projecto “Atlântida” descobriu mais de 50 espécies ao largo da costa vianense.

O projecto liderado por investigadores da Escola de Ciências da UMinho (ECUM) explorou zonas desconhecidas do fundo do mar.

Em informação enviada ao ZAP, lê-se que houve “surpresas”: algumas esponjas de profundidade, populações de gorgónias bem conservadas e mesmo corais duros que geralmente só ocorrem a maiores profundidades.

Apesar de não haver espécies inéditas no planeta, há várias espécies inéditas no Norte de Portugal e que, geograficamente, estão limitadas.

Os cientistas começaram este projecto em 2020 e vão continuar durante mais dois meses, até Setembro deste ano.

Focam-se nas zonas marítimas mais profundas, a pouco analisada zona de penumbra, onde a luz muito ténue que atinge o fundo não possibilita a fotossíntese.

A equipa de investigadores fez batimetria (mapas detalhados do fundo do mar) para localizar as zonas de habitats prioritários e avaliar os respetivos parâmetros e factores de ameaça.

Além disso, recolhem informações através de um ROV, um mini-submarino não tripulado, equipado com câmara de vídeo e sensores.

A ideia é conseguir dados de base e desenvolver uma plataforma de monitorização do Oceano Atlântico Norte.

“Estamos a lidar com ecossistemas marinhos vulneráveis, que suportam espécies de conservação prioritária pela União Europeia e são muito importantes para a saúde dos ecossistemas marinhos; temos detetado inclusive espécies nunca observadas em Portugal”, explicou Pedro Gomes, investigador.

Os investigadores estão preocupados com a destruição do fundo do mar provocada especialmente pela pesca de arrasto.

Até agora, a equipa portuguesa explorou até 6 km da costa, numa área de 85 km2; alguns mergulhos pontuais foram a 50 km da costa, a cerca de 200 metros de profundidade. Mas quer explorar esse espaço mais afastado, onde já foram detectados recifes de corais de profundidade, para encontrar “mais surpresas e mais espécies novas”, comentou Pedro Gomes.

ZAP //

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