Espanha: aplausos de pé para Casado (dos deputados que pediram divórcio no dia anterior)

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Mariscal / EPA POOL

O líder da oposição espanhola, Pablo Casado, do Partido Popular

Período conturbado no PP deverá originar a saída de Pablo Casado. Pedro Sánchez não vai convocar eleições antecipadas.

Era a grande expectativa para o debate parlamentar em Espanha, nesta quarta-feira: ver e ouvir Pablo Casado.

O líder do Partido Popular (PP) tem estado sob grande pressão nos últimos dias. Isabel Díaz Ayuso, presidente da Comunidade de Madrid, acusou o PP de tentativa de espionagem. E um detective confirmou que recebeu contactos do partido, com esse objectivo.

No seio do PP, acredita-se que Casado deixou de ter condições para chegar a primeiro-ministro; e haverá movimentações para a sua sucessão imediata.

Nesta quarta-feira, Casado entrou no Parlamento já sem a companhia de Teodoro García Egea, que era o secretário-geral do partido, mas que se demitiu no dia anterior, cedendo à pressão dos últimos dias.

Não disse que vai deixar o Parlamento, mas o seu discurso soou a despedida: “Entendo a política como a defesa dos princípios e valores mais nobres, como o respeito aos adversários e a dedicação aos colegas. Tudo para servir a Espanha e a causa da liberdade”.

Num contexto mais geral, Casado disse que Pedro Sánchez, primeiro-ministro, tem a responsabilidade de “ampliar o espaço do centralismo” em Espanha. E não deve estabelecer pactos ou alianças “com quem não acredita em Espanha, ou com quem atacou o país”.

“Nesta fase tão difícil, no final de uma pandemia terrível e no início de uma crise internacional, o nosso dever é devolver a tranquilidade aos mais velhos, a esperança às nossas famílias e aos nossos jovens. Espero que o Governo se ponha ao serviço do interesse geral”, defendeu.

Quando terminou o seu discurso, teve direito a uma ovação de pé por parte do grupo parlamentar do PP – no dia anterior os mesmos (ou a maioria) deputados pediram um congresso extraordinário para escolher um novo líder do partido.

O primeiro-ministro Pedro Sánchez falou, Casado tinha direito a responder, mas não respondeu. No final, levantou-se, visivelmente emocionado, e saiu.

Já Pedro Sánchez, desejou “o melhor” para o líder do maior partido da oposição em Espanha; mas assegurou que não vai marcar eleições legislativas antecipadas por causa desta situação à volta do Partido Popular

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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