Salvador Dalí foi um dos artistas mais famosos do século XX e, embora a sua obra tenha sido obsessivamente catalogada por curadores e historiadores, uma das suas esculturas – um raro Cristo de S. João da Cruz feito de cera – estava desaparecida há mais de 40 anos.
A peça foi apresentada pela Harte International Galleries no dia 11 de maio, numa altura em que se comemorou o 118.º aniversário de nascimento do artista catalão.
Segundo a Smithsonian Magazine, a obra permaneceu, durante mais de quatro décadas, na mesma caixa de acrílico na qual terá sido entregue pelo surrealista espanhol a um colecionador privado dos Estados Unidos.
Criada em 1979, a escultura em cera foi utilizada por Dalí como modelo para diferentes edições das esculturas em baixo relevo do Cristo de São João da Cruz, feitas de platina, ouro, prata e bronze.
Esta obra poderia ser considerada uma variação 3-D da pintura do artista, de 1951, atualmente em exibição na Galeria e Museu de Arte de Kelvingrove, em Glasgow.
A peça é agora chamada de “Cera Perdida“, uma referência a um processo antigo chamado “fundição com cera perdida” que ainda é utilizado para criar reproduções das obras tridimensionais de Dalí.
A preservação das esculturas de cera é bastante complexa, pelo que a maioria dos especialistas esperava que o molde original não tivesse sobrevivido. A galeria colaborou com Nicolas Descharnes, um especialista em Salvador Dalí, e Carlos Evaristo, um especialista em iconografia, para autenticar a escultura.
A galeria não tornou público o valor que pagou pela obra de arte, mas avaliou a escultura entre 10 milhões a 20 milhões de dólares.