Escrava sexual mata agressor e é condenada a prisão perpétua

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O caso é de 2004, mas voltou a debate público recentemente, depois de a Fox ter publicado uma reportagem sobre a vida na prisão da menina que matou o seu abusador.

“Imagina aos 16 anos seres traficada para sexo por um ‘chulo’ chamado ‘cortador de gargantas’. Depois de dias a ser continuamente drogada e violada por diferentes homens és perseguida por um predador de 43 anos que te leva para casa dele para te usar para sexo. Por fim ganhas coragem de lutar, dás um tiro e mata-lo.

És presa, julgada como um adulto e condenada a prisão para o resto da tua vida. Esta é a história de Cyntoia Brown. Ela poderá pedir a liberdade condicional quando tiver 69 anos”.

É este o texto que corre nas redes sociais para consciencializar para o caso de Cyntoia Brown. A jovem está presa desde 2004, altura em que tinha 16 anos e matou um dos homens que abusou dela.

Durante o julgamento, a jovem contou que foi agredida, sufocada, arrastada e teve armas apontadas à cabeça durante o sequestro. Os júris avaliaram, porém, que a causa do assassinato foi roubo porque Cyntoia fugiu com uma carteira e uma arma da cena.

O caso de Cyntoia mudou a lei penal do Tennessee, EUA. Sete anos depois da sua condenação, o Estado decidiu banir a condenação de menores de 18 anos por prostituição.

O caso volta à discussão pública com uma investigação da Fox 17 a relembrar o caso com filmagens de Dan Birman, um professor na Universidade do Sul da Califórnia, que tem estado a contar a história de Cyntoia e a pedir que justiça seja feita no seu caso.

Agora, a ele juntam-se celebridades que pedem um desfecho favorável à jovem, que, a partir da prisão, se formou em jornalismo.

Kim Kardashian, Rihanna, Cara Delevingne e Snoop Dog foram algumas das figuras de renome internacional que recorreram às redes sociais para pedir a libertação de Cyntoia. O movimento é conhecido pela hashtag ‘Free Cyntoia Brown’ (Libertem a Cyntoia Brown) e está a tornar-se viral na Internet.

A socialite Kim Kardashian já garantiu que vai reunir com a sua equipa de advogados para que justiça seja feita no caso da jovem.

Também a cantora Rihanna se pronunciou sobre o assunto perguntando onde está a justiça: “Nós mudámos a definição de justiça? Algo está terrivelmente errado quando a justiça deixa passar estes abusadores e a vítima é presa para o resto da vida. A todos vocês responsáveis pela sentença desta jovem, peço a Deus que nunca tenham filhos, porque esta poderia ser a vossa filha“.

ZAP //

17 Comments

  1. A Justiça americana nunca teve grandes pergaminhos… O dinheiro continua a comprar juízes e testemunhas, e os juízes julgam a partir das suas crenças religiosas e sociais, e não pelo direito. Mais uma área onde a América tem muito a aprender com a Europa, sem omitir que por cá também há alguns “casos”.

    • Sim… o Madoff condenado a 150 anos demonstra bem a sua ideia… sobretudo quando por cá ainda não há ninguém preso pelos mesmo tipo de crimes.

      Enfim… disparates de quem pensa que sabe e nada conhece

      • Foi logo descobrir um crime financeiro, para comparar com um delito de comportamento social .
        O Madoff teve o azar de brincar com o dinheiro dos ricos e isso eles não perdoam.
        Em Portugal ( ou em qualquer país europeu) nunca teríamos esta criança condenada a prisão perpétua… por ter levado a carteira do bandido!
        Enfim… disparates de quem pensa que sabe e nada conhece

      • “crime financeiro, para comparar com um delito de comportamento social…
        O Madoff teve o azar de brincar com o dinheiro dos ricos e isso eles não perdoam… ”

        Não se enterre mais. Se o Madoff foi assim tão punido não foi por ser um crime meramente financeiro, como o senhor lhe chama. Foi precisamente pelo enorme impacto social que teve!
        Quanto ao brincar com o dinheiro. Não brincam com o dinheiro nem com nada! Têm pena de morte e prisão perpétua e aplicam-nas em muitas situações. Se tivesse vivido nos EUA como eu vivi durante quase 20 anos sabia bem o que é a justiça nos EUA. Agora como em tudo há erros, há injustiças e estou convencido que esta será reposta, até porque uma outra grande diferença dos EUA para a “sua” Europa é que nos EUA as pessoas mexem-se muito pelos seus ideais e por causa sociais e humanas.

      • Quanta arrogância… deve ter sido das “companhias”!…
        Lá por ter vivido 20 anos nos EUA já é dono da razão; não?!
        Acho que todo o mundo minimamente civilizado sabe o que é a justiça americana!…
        Ainda ontem:
        “Libertado homem que esteve preso 39 anos por crime que não cometeu”
        https://www.dn.pt/mundo/interior/california-liberta-homem-que-esteve-preso-39-anos-por-crime-que-nao-cometeu-8937604.html
        Um inocente condenado sem qualquer prova, que esperou “apenas” 39 anos para a justiça ser reposta!!!
        Justiça exemplar, não haja duvida!…
        .
        E, o que tem o caso do Madoff de exemplar?
        Foi apenas mais um caso típico do show-off da justiça americana, que, enquanto condenou 1 individuo a 150 anos de cadeia, ilibou outros gestores igualmente responsáveis, que ainda por cima foram compensados (pela sua excelente gestão!) com prémios milionários – e o pior de tudo: com dinheiro do contribuinte americano, injectado em Wall Street pelo governo americano para “salvar” a economia!
        Na verdade (tal como na Europa), o governo apenas “nacionalizou” os prejuízos da máfia da alta finança, e passou a factura ao povo!!
        A maioria dos responsáveis pela grande crise financeira continuam em Wall Street – ou acha que foi o Madoff sozinho que causou uma crise mundial?!
        Só mesmo os americanos para “venderam” ao povo (e a mundo) uma sentença populista, cujo objectivo foi apenas contentar as massas, enquanto em Wall Street tudo ficou praticamente igual!!

      • Arrogância demonstra você! Dono da razão acha-se você! Que de certeza que ou nunca esteve nos EUA ou se esteve não passou de uma mera visita de meia dúzia de dias, mas acha que sabe mais que quem lá vive.

        O Sr. acima viveu lá 20 anos, eu ainda cá vivo, há alguns anos.

        Não tenho a mais pequena dúvida, a justiça Americana funciona 1000x melhor que em Portugal. Os processos não se arrastam em tribunais durante anos, para depois prescreverem! Aliás, nos EUA, ao contrário do que se passa em Portugal, crimes de homicídio e outros NUNCA prescrevem.

        Sim, os responsáveis pela crise financeira não foram todos apanhados. Se acha que alguma ver iriam ser (todos), tenho uma ponte para lhe vender. Mas apesar de tudo, há inúmeros casos nos EUA de CEOs e executivos bancários presos por 20 anos por crimes financeiros. Quantos casos há em Portugal?

        Cometem erros? Claro! Mas avaliar todo o sistema de Justiça Americano por casos pontuais como os que indica (sim, pontuais, comparativamente aos milhões de processos criminais que vão a julgamento), é no mínimo ridículo. E avaliar todo o país pelo que se passa em meia dúzia de Estados do Sul ultra-religiosos, ainda mais!

      • Já cá faltava o típico sabichão arrogante com a mania da superioridade – só porque vive nos EUA, acha que o resto do mundo é paisagem!..
        Sim, sim… mas, 1000x, se calhar é pouco…
        Acho que o outro que foi libertado há dias (depois de ter sido condenado sem qualquer indício credível e de ter estado 39 anos preso!) disse o sistema judicial americano é 1001x melhor do que o português – por isso é que foi condenado sem qualquer prova e depois demorou 39 anos a ser libertado!!
        O que não falta nos EUA são casos com anos e anos nos tribunais (haja dinheiro!) e casos a prescrever todos os dias!!
        Isto, claro, se for um miliário, uma grande empresa americana ou principalmente a alta finança, porque se for um desfavorecido, as coisas são bem mais rápidas – às vezes nem é preciso provas para condenar alguém à morte ou a prisão perpetua!!
        Curiosamente, nunca cometem erros desses com gente endinheirada!…
        .
        Como gostam da falar do Madoff e da sua sentença populista, convém realçar que mais nenhum gestor de topo foi condenado, porque, curiosamente, a justiça americana deixou PRESCREVER (statute of limitations – se não souber o que é, pesquise, pois muitos americanos também não sabem)!!
        Olha que bonito:
        “Top Bankers Evaded Financial Crisis Justice — and Will Never Be Prosecuted for Their Crimes”
        “Not a single high-level executive has been successfully prosecuted in connection with the recent financial crisis, and given the fact that most of the relevant criminal provisions are governed by a five-year statute of limitations, it appears likely that none will be”!
        https://www.huffingtonpost.com/frank-vogl/rakoff-wall-street-prosecutions_b_4589648.html

      • Não vale a pena, não perco mais tempo consigo. Vou só relembrar que esse caso se passou há 39 anos numa altura em que não havia testes de ADN. Não tenha dúvidas que em Portugal também há casos de pessoas a cumprir pena estando inocentes (ainda há pouco tempo houve uma reportagem sobre isso). A diferença é que em Portugal NINGUÉM desenterra casos com 40 anos para investigar seja o que for. Ao menos nos EUA isso faz-se!

    • Disparate pegado. Em primeiro lugar, o caso foi decidido por um júri, não por um juiz. Em segundo lugar, há EUA e EUA… Isto passou-se no Tennessee, um dos Estados pertencentes ao chamado Bible Belt… Acredite que este tipo de situações são um embaraço para o resto do país.

  2. à vezes penso, que os países super desenvolvidos, usam a capa de países das liberdade direitos e garantias. Admito que se a Cyntoia Brown, cometeu um roubo perante os seus violadores ou violador, então seria a justiça a corrigir por esse ato a Cyntoia. Agora cometer todos os atos hediondos que se sofreu? e com prisão perpetua? sinceramente não é este o país do Tio Sam, o país de Luther King e de outros grandes democratas. Simplesmente chocante…

    • É isso mesmo. Um grande país, mas também com grandes injustiças. E com uma dificuldade enorme em corrigir situações destas. Há comissões privadas nos States, só a estudar casos jurídicos em que se suspeita haver um inocente condenado.
      Tirado do DN de hoje ….

      Homem tinha 18 anos quando foi condenado por um assassínio que, afinal, não cometeu.
      Um preso nos EUA, com 57 anos, que estava sentenciado à morte, foi libertado hoje pelo tribunal depois de 39 anos na prisão, onde estava condenado por um assassínio que afinal não cometeu, informaram fontes judiciais.
      Ricky Jackson tinha 18 anos em 1975, quando foi condenado por um assassínio ocorrido em Cleveland, no Estado do Ohio.
      A sua condenação baseou-se no testemunho de uma criança com 12 anos, que admitiu mais tarde que não vira o crime e que tinha prestado falsas declarações.

      Mais uma (in)Justiça americana.

  3. Hmm… a violaçãoé um crime, mas o homicídio também !
    E para mais… houve provas das alegações da miúda? Porventura os distintos comentadores anteriores se questionaram?
    Qualquer dia (como diria o diácono Remédios) cometem-se os crimes que “dá na gana” a cada um e depois “atira-se” com “uma de violação” e já está ! Absolvição garantida !!!

    • Meu caro PL, reveja bem as minhas questões, e interrogações que faço na minha abordagem, muita curta e está lá essa sua dúvida, quanto a minha.
      Finalmente reli o texto inicial e está presente e é baseado nesse texto em que reporto a situação da Cyntoia Brown.

  4. Independentemente de julgada e ser-lhe atribuída uma pena injusta, só tenho que vangloriar a atitude desta jovem ao matar esta besta.

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