Há escolas a replicar os horários presenciais no ensino à distância

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Apesar de o Ministério da Educação ter pedido para haver um “equilíbrio entre atividades síncronas e assíncronas”, há escolas que estão a replicar os horários presenciais no ensino à distância.

De acordo com o jornal Público, há escolas a replicar os horários presenciais no ensino à distância, que entrou em vigor esta segunda-feira. Um desses casos é, por exemplo, o Agrupamento de Escolas Cardoso Lopes, na Amadora, em que os alunos do 2.º ciclo estão a ter seis aulas de 50 minutos de segunda a sexta-feira.

Os presidentes das duas associações de diretores de escolas não acreditam que esta seja uma prática generalizada, mas confirmaram ao diário ter conhecimento de várias situações parecidas.

“Há casos como esses, mas também há outros em que houve um esforço das escolas para fazer diferente”, garante Manuel Pereira, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, que tem a noção de que “não é possível ter os alunos em frente a um computador todo o tempo”.

Na escola que dirige, em Cinfães, no distrito de Viseu, os professores vão dar, de forma síncrona, apenas 50% das aulas da semana, sendo que estas terão, no máximo, 30 minutos. O resto do tempo será destinado a trabalho autónomo ou em grupo de alunos.

Já no Agrupamento de Escolas Dr. Costa Matos, em Vila Nova de Gaia, presidido por Filinto Lima, da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, serão dadas cerca de 60% das aulas, que terão também uma duração de até meia hora.

Recorde-se que, na semana passada, as recomendações para o ensino à distância que o Ministério da Educação fez chegar às escolas defendem “o cumprimento da grelha de horas letivas semanais”, mas com garantias de “equilíbrio entre atividades síncronas e assíncronas”, de forma a proporcionar “tempos de atenção dispensada em ecrã e tempos de trabalho assíncrono, em função dos diferentes níveis de ensino e das condições específicas de cada turma”.

No entanto, adianta o matutino, há alguns encarregados de educação que até veem com bons olhos o horário completo. A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) tem recebido queixas de famílias para quem o tempo dedicado às sessões síncronas “não é suficiente”.

“Há pessoas que entendem que os alunos deviam estar a ter o horário completo. Mas não creio que estes pais estejam a pensar bem“, revelou ao Público o dirigente da Confap, Jorge Ascenção.

Audiências da telescola na RTP Memória quadruplicam

Segundo o jornal online ECO, as audiências da telescola na RTP Memória quadruplicaram com o regresso do ensino à distância. Esta segunda-feira, segundo os dados facultados pela estação pública, o #EstudoEmCasa foi acompanhado por uma média de 26.700 pessoas.

O rating de 26,7 registado pelo canal nesse dia, comparado com os 5,7 registados na segunda-feira anterior, representa um aumento de mais de 368% na audiência média da RTP Memória.

O jornal digital adianta ainda que a aula mais vista esta segunda-feira foi a “hora de leitura”, tendo sido acompanhada por 61 mil telespetadores. Do lado oposto, a aula menos vista foi a de Inglês, acompanhada por apenas 4400 espetadores.

Além da RTP Memória, esta segunda-feira foi lançado um novo canal no cabo, na posição 444 das boxes dos operadores da televisão e no canal 8 da TDT no continente e 9 nas regiões autónomas, onde estão a ser transmitidos os conteúdos para o Ensino Secundário.

ZAP //

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