Quatro erros que os recém-licenciados cometem quando procuram emprego

Embora possa ter trabalhado antes, a procura do primeiro emprego após acabar o curso universitário pode requerer um tipo diferente de competências.

É importante saber como se vender a si próprio para conseguir esse primeiro emprego pós-universidade, disse Amy Feind Reeves, treinadora de carreira e autora do “College to Career, Explained: Tools, Tips & Confidence for Your Job Search” (“Da Faculdade para a Carreira, Explicado: Ferramentas, Dicas e Confiança para a sua Procura de Emprego”, em tradução livre).

“Encontrar o seu primeiro emprego pode ser um jogo. Precisa de passar um pouco mais de tempo a tornar-se mais atraente e a compreender o que as empresas procuram”, referiu, citada pelo Fast Company.

O que o ajudou a conseguir um emprego que teve enquanto estudante nem sempre funcionará quando está a iniciar a carreira profissional. Mas há quatro erros que os recém-licenciados cometem e que pode dificultar o processo.

1. Não reconhecer as suas competências

Quando está a entrar num novo campo, é natural pensar que não tem experiência. Amy Feind Reeves defende que os recém-licenciados não devem ignorar os papéis que desempenharam durante a formação – remunerados e não remunerados. Essas experiências podem muitas vezes ser aplicadas no novo percurso profissional.

“Não há um gestor de recursos humanos que não queira alguém que seja muito orientado para os detalhes, organizado e capaz de funcionar num ambiente onde há muita pressão”, exemplificou.

Outra competência que os alunos adquirem na universidade é a construção de relações. “Estar numa fraternidade ou em eventos do conselho de planeamento da faculdade requer boa negociação e construção de relações. Essas são aptidões viáveis para venda, que muitos dos novos licenciados não reconhecem que têm”.

2. Limitar a sua pesquisa a publicações online

Candidatar-se a empregos que são colocados online é a forma mais fácil de procurar uma posição, mas Amy Feind Reeves disse que é também a menos eficaz. “Recomendo o trabalho em rede, que é muito mais poderoso. Ninguém consegue um emprego apenas ao sentar-se atrás das secretárias”, referiu.

“O trabalho em rede é assustador, mas passa apenas por falar com pessoas com o objetivo de dizer: “Posso contactá-lo no futuro se vir um emprego na sua empresa?” ou perguntar “Há mais alguém com quem recomende que eu fale?””.

Comece pelo LinkedIn e pela base de dados de antigos alunos da sua escola. Amy Feind Reeves recomenda que se estabeleça um objetivo em cada semana sobre a quantidade de pessoas a contactar.

“O trabalho em rede é uma ferramenta realmente poderosa e pode encurtar muito a procura de emprego. Está à procura das vagas que ainda não foram publicadas online. Ninguém deve ter medo de pedir que o seu currículo seja enviado internamente porque a maioria das empresas dará um bónus ao funcionário que enviar um currículo internamente e a pessoa for contratada”, indicou.

3. Concentrar-se apenas em si próprio

Embora tenha de apresentar os seus pontos fortes a um potencial empregador, isso não é suficiente. “Isso é cerca de metade do que precisa fazer. Os candidatos devem apresentar-se dizendo “Aqui estão todas as coisas que eu posso fazer por si”. Isso fará a diferença”, apontou.

Adotar esta abordagem pode ser difícil para os recém-licenciados, porque podem não compreender o que uma organização faz e como as suas competências poderiam ser aproveitadas. A especialista recomenda que os estudantes façam algum trabalho em rede com pessoas que trabalham em empresas que lhes interessam.

“Pergunte como a empresa ganha dinheiro, quem é o cliente e como o seu trabalho pode contribuir (…) Isso pode ajudar o recém-licenciado que não sabe nada sobre negócios a começar a compreender e a pensar no que as pessoas fazem nas suas funções”, esclareceu.

4. Não demonstrar que quer o trabalho

Jogar com calma e não ser demasiado entusiasta pode fazê-lo sentir-se menos vulnerável, mas Amy Feind Reeves indicou que o trabalho normalmente vai para a pessoa que mais o quer. “São esses que vão trabalhar mais para fazer o melhor que podem”, notou.

Comece a demonstrar o seu interesse com a sua carta de apresentação. Seja específico sobre a razão pela qual quer o emprego, tal como o facto de o trabalho estar numa indústria que o entusiasma, ou porque está ligado a algo que lhe interessa pessoalmente, referiu.

Depois ligue esse interesse ao valor que pode acrescentar. Se vai candidatar-se a um cargo de analista de negócios numa empresa de serviços financeiros, pode dizer: “Sei que posso acrescentar valor porque sou excelente com números e adoro fazer análises, como já fiz em vários dos meus jornais económicos”, explicou.

“Provam que podem acrescentar valor, tiveram a experiência de fazer isto, e que vão gostar muito”, acrescentou.

Também pode mostrar o seu interesse pela empresa. Faça alguma pesquisa e encontre algo que o impressione. “Encontre algo que chame a sua atenção. Ao deslocar-se a uma entrevista, prepare-se para falar especificamente sobre o porquê de querer o trabalho na empresa”.

Uma terceira forma de demonstrar que quer um emprego é mostrar o quanto sabe sobre uma indústria. “Procure blogues de empresas e líderes de pensamento. Encontre um livro sobre a sua indústria. Leia e saiba o que está a acontecer. Quanto mais souber sobre a sua indústria, mais interessante será numa entrevista”, concluiu a especialista.

ZAP //

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