11 mil pessoas já foram evacuadas após milhares de sismos em Santorini. Locais em alerta, cientistas estudam o caso.
Santorini passou de local que atrai pessoas, para um local que afasta pessoas, ao longo das últimas semanas.
Milhares de habitantes locais e turistas começaram a fugir desta ilha grega, desde o final de Janeiro, depois dos inúmeros sismos que começaram a abalar aquela zona.
Os especialistas avisaram na altura que os tremores registados no Mar Egeu, a nordeste da ilha grega, poderiam continuar durante as próximas semanas.
E confirmou-se: até agora, em menos de um mês, já se registaram quase 20 mil tremores de terra. Mais de 11 mil pessoas já deixaram Santorini.
Mas, enquanto os habitantes e turistas fogem (mesmo sem grandes danos até aqui), os cientistas aproximam-se, investigam o caso e instalam sensores – e ficam igualmente preocupados.
Em causa está um “enxame sísmico”: uma sucessão de múltiplos sismos numa região específica durante um curto período, sem um evento principal que se destaque em magnitude. Ou seja, muitos sismos, mas nenhum em larga escala.
O El Confidencial acrescenta que este “enxame sísmico” não é uma sequência habitual: não há um grande sismo e depois várias réplicas de menor intensidade. Aqui os sismos têm magnitudes semelhantes e são distribuídos de forma mais uniforme ao longo do tempo. Embora haja sempre o risco de haver um sismo maior.
Mesmo que os sismos sejam menores mas constantes e de magnitude crescente, podem causar danos estruturais a edifícios e infraestruturas.
E, tal como avisaram os especialistas na altura, este ritmo pode prolongar-se por semanas ou mesmo meses.
As origens são diversas. Uma mais provável é actividade vulcânica. Magma de vulcões a mover-se no subsolo – e Santorini esá perto de dois vulcões: Nea Kameni, e Kolumbo, um vulcão submarino a cerca de 8 quilómetros a nordeste de Santorini.
Outro motivo possível é a movimentação de falhas geológicas, um reajuste tectónico em áreas onde as placas da Terra estão sempre a mexer-se.
Também pode haver injecção ou extracção de fluidos subterrâneos. A água, por exemplo, pode infiltrar-se nas fracturas das rochas, pode lubrificar as falhas, facilitando o seu movimento e originando uma série de sismos.
O caso mais recente de enxame sísmico ocorreu em 2018: outra ilha, Mayotte, foi o local de mais de 7 mil sismos. Era o surgimento de um vulcão subaquático.