Descoberta pode ser um importante passo em frente para desvendar segredos sobre os buracos negros de massa intermédia.
No coração do Omega Centauri, um enorme aglomerado de estrelas ligadas gravitacionalmente a mais de 17.000 anos-luz de distância, os astrónomos acabam de descobrir provas de um enxame inteiro de buracos negros de massa estelar, conta a Science Alert.
“Há muito que sabemos da existência de buracos negros supermassivos nos centros das galáxias e de buracos negros de massa estelar mais pequena na nossa própria galáxia. No entanto, a ideia de buracos negros de massa intermédia, ou IMBH, que poderiam preencher a lacuna entre estes extremos, continua por provar”, explica o astrofísico Andrés Bañares Hernández.
“Ao estudar Omega Centauri — um remanescente de uma galáxia anã — conseguimos aperfeiçoar os nossos métodos e dar um passo em frente na compreensão da existência de tais buracos negros e do papel que podem desempenhar na evolução dos enxames de estrelas e das galáxias. Este trabalho ajuda a resolver um debate que dura há duas décadas e abre novas portas para explorações futuras”, diz Hernández.
E pode mesmo existir no Omega Centauri uma órbita em torno de uma massa central invisível — um IMBH oculto. Um artigo publicado no início deste ano apontou o tamanho dessa massa para 8.200 massas solares.
Os buracos negros de massa estelar poderiam estar ligados, tal como outras estrelas, pela gravidade do IMBH. E se os IMBHs se formarem a partir de fusões hierárquicas de buracos negros de massa estelar, encontrar ambos juntos pode ser uma pista sobre como crescem os buracos negros gigantes.
“A caça aos esquivos buracos negros de massa intermédia continua. Ainda pode haver um no centro de Omega Centauri, mas o nosso trabalho sugere que deve ter menos de 6000 vezes a massa do Sol e viver ao lado de um aglomerado de buracos negros de massa estelar”, diz o astrofísico da Universidade de Surrey Justin Read.
“Há, no entanto, todas as hipóteses de encontrarmos um em breve. Estão a chegar cada vez mais acelerações de pulsares, o que nos permite espreitar os centros de aglomerados estelares densos e procurar buracos negros com mais precisão do que nunca”, conclui.