Enganaram-se no sítio da operação: médico especialista paga, internas absolvidas

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Seria a extracção de um nódulo, transformou-se numa intervenção na nádega. Médico paga mais de 16 mil euros.

O caso aconteceu em Maio de 2015 mas o processo prolongou-se e só agora houve decisão do Supremo Tribunal de Justiça.

O caso: uma paciente foi a um hospital do Norte de Portugal para lhe retirarem um lipoma.

Um lipoma é nódulo benigno de gordura e estava na região lombar da mulher.

Na sala da intervenção estavam três responsáveis médicos: um especialista em cirurgia geral e orientador das outras duas pessoas – duas médicas internas que seguiam o que o formador lhes dizia.

A paciente indicou o local do lipoma. Ninguém da equipa médica assinalou o local e acabaram por operar noutro sítio, na nádega.

Realizaram uma incisão numa nádega e daí extraíram material que, quando foi analisado, verificou-se que não era o lipoma.

Com cicatriz e dores permanentes (e desnecessárias) o caso seguiu para tribunal, descreve o Jornal de Notícias.

Em 2021, em primeira instância, todos os médicos foram absolvidos.

Após apresentação de recurso, em 2022 foram todos condenados a pagar multas (todas próximas dos 1.000 euros) e a pagar solidariamente 15 mil euros à vítima, por danos não patrimoniais.

Novo recurso, desta vez por parte da equipa médica.

As internas explicaram que eram pouco experientes – e são de outras áreas: cirurgia vascular e dermato-venereologia – e só cumpriram ordens do especialista e formador.

Já o médico “principal” alegou que o lipoma poderia situar-se na fronteira de diferentes zonas do corpo e que a sua localização podia variar com a posição do paciente.

O Supremo Tribunal de Justiça aceitou a explicação das duas médicas mas rejeitou o recurso do médico especialista.

A responsabilidade foi atribuída, em exclusivo, ao médico cirurgião formador e responsável pelo estágio das arguidas.

O médico vai pagar à paciente 15 mil euros e uma multa de 1.375 euros.

ZAP //

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