“Temos de nos encontrar”: o novo esquema no WhatsApp

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Aparentemente, com Inteligência Artificial pelo meio. Criminosos terão acesso ao telemóvel atacado.

Chegou ao ZAP um relato que deixa a entender que há um novo esquema criminoso no WhatsApp. Embora o utilizador não tenha percebido para quê.

Bruna (nome fictício) acordou e reparou que alguém lhe tinha enviado uma mensagem de voz no WhatsApp.

Desde logo, duvidou de dois factos: não conhecia o número da pessoa que gravou e estranhou também a hora do envio daquela mensagem áudio – eram 5h30 da madrugada.

Mesmo assim, como era só carregar no play, carregou. E ouviu. Até porque ficou a sensação que era algum elemento de uma comunidade sobre astronomia, um grupo WhatsApp do qual Bruna faz parte.

“Olá, Bruna. Então tu gostas deste mundo da ciência, da astronomia. Nós também. Até fazemos revisão de artigos e já publicámos alguns estudos em revistas científicas. Vou deixar-te aqui um link que te pode ser útil. Mas temos de nos encontrar, para falar pessoalmente sobre isto”.

A mensagem durou pouco menos de 30 segundos. E resumia-se a estas ideias.

Bruna já estava a duvidar da mensagem ainda antes de a ouvir.

Quando começou a ouvir, estranhou ainda mais porque aquela voz aparentemente masculina parecia estranha e repleta de “ruídos robô” por trás – deduziu que há inteligência artificial neste processo.

Além disso, também ficou de pé atrás porque nunca pediu online qualquer ajuda para publicar artigos.

Na parte final da mensagem, confirmou que aquele era um esquema, quando ouviu: “Temos de nos encontrar”.

Sem identificação do outro lado, sem qualquer localização.

Mais abaixo, na mensagem seguinte, aparecia uma ligação (alegadamente real, o início do link estava correcto) para uma revista científica.

E, ainda mais abaixo, na última mensagem enviada, estavam mais de 20 fotografias.

Bruna não carregou em nenhuma. Nem no link. Denunciou aquele número e apagou a conversa. Por isso, não sabe o que iria acontecer se carregasse na ligação e nas imagens.

Mas tem a certeza: era um esquema criminoso. E também ficou com outra certeza: se as pessoas do outro lado sabem que ela gosta de astronomia, têm acesso ao seu telemóvel.

As denúncias no WhatsApp têm-se multiplicado nos últimos meses, sobretudo por causa do esquema “Olá mãe, Olá pai” – os criminosos simulam que são filhos da vítima e pedem dinheiro.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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