Há mais de um milénio que o papel se tornou fundamental para a cultura humana. No entanto, a sua utilização está associada a uma lesão comum — os chamados “cortes de papel”.
Através de uma experiência com um robô e gelatina, uma equipa de cientistas conseguiu determinar que o papel com 65 micrómetros de espessura é o mais propenso a dar problemas.
Num novo estudo, publicado a semana passada no Physical Review E, os investigadores reuniram vários tipos de papel com diferentes espessuras, incluindo papel de seda, revistas e fotografias impressas.
Seguidamente, testaram a capacidade de cada papel para cortar um dedo humano, fazendo-o passar contra uma placa de gelatina balística, que é conhecida por imitar com precisão a pele.
Segundo a New Scientist, os cientistas criaram um pequeno robot que empurrou diferentes amostras de papel contra a gelatina em vários ângulos de ataque. As gravações de vídeo destes golpes de papel revelaram que o papel se aproxima da placa num ângulo de 15 graus.
Este tipo de papel é utilizado em impressoras matriciais, bem como em revistas cientificas impressas.
O perigo deste tipo de papel é devido ao facto de não ser tão fino a ponto de se dobrar e deformar quando está em contacto com a gelatina ou com uma mão. Ao mesmo tempo, não é tão espesso que o seu impacto seja atenuado devido à distribuição da pressão pelo papel.
O modelo foi baseado na hipótese de que a probabilidade de iniciar um corte de papel é controlada por uma ligação entre o corte e a deformação.
Isto explica porque é que o papel com uma espessura específica é mais perigoso e sugere uma interpretação probabilística da ocorrência irregular destes cortes.
Por fim, estas descobertas inspiraram a equipa a criar uma faca reciclável com uma lâmina feita de papel de rascunho, que é mais eficaz quando tinha 65 micrómetros de espessura. A sua utilização pode passar por cortar maças, pepinos e até frango.