Uma equipa de arqueólogos italianos encontrou uma cabeça de enormes dimensões e em mármore de Baco, o deus romano do vinho, dança e fertilidade. O achado foi descoberto em Roma e tem mais de 2.000 anos.
A descoberta, anunciada na passada sexta-feira pelo Parque Arqueológico do Coliseu, ocorreu durante escavações que estão a ser realizadas perto dos vestígios do antigo Fórum Romano. A cabeça terá feito parte de uma grande escultura de Baco (Dionísio na mitologia grega), que remonta aos séculos I e II a.C.
“Os olhos vazios que provavelmente foram preenchidos com vidro ou pedras preciosas datam dos primeiros séculos do Império Romano“, disse o diretor dos museus arqueológicos de Roma, Claudio Parisi, citado pelo jornal britânico The Telegraph.
“O rosto é refinado e gracioso, jovem e feminino. Tudo isso nos faz pensar que esta poderia ser uma representação de Dionísio”, acrescentou.
Os arqueólogos estavam a escavar uma muralha medieval quando encontraram fragmentos de mármore branca. Ao que tudo indica, apontaram os cientistas, a cabeça foi utilizada como material de construção reciclado, algo comum à época.
“Roma continua surpreender-nos todos os dias. A cabeça da estátua está em excelente condições, é uma maravilha”, escreveu a Presidente da Câmara da capital italiana, Virginia Raggi, através da sua conta no Twitter.
A peça está agora a cargo do departamento patrimonial para ser limpa e trabalhada, visando retirar as incrustações da terra e proceder ao restauro. Os cientista acreditam que o objeto possa ainda conter vestígios da sua cor original. A cabeça de Baco será depois posta em exibição.
Dionísio, que inspirou Baco, era filho de Zeus e Semele, a filha mortal do rei de Tebas, sendo conhecido como o deus do vinho e do cultivo da uva, bem como do teatro, fertilidade e do êxtase religioso. Este deus foi adorado pelos antigos gregos como um dos doze deuses do Olimpo antes de ser incorporado no panteão romano dos deuses como Baco.