Ginecologia e obstetrícia: “Se não temos pessoas suficientes, temos de centralizar respostas”

Novo mapa da comissão de acompanhamento pode originar fechos de maternidades, avisa o coordenador. Mas nenhum encerramento será no interior.

A comissão de acompanhamento de resposta em urgência de ginecologia, obstetrícia e bloco de partos está a repensar o sistema, a criar um novo mapa hospitalar – e isso poderá originar encerramento de maternidades.

A possibilidade foi admitida nesta terça-feira pelo coordenador Diogo Ayres Campos, que foi nomeado por Marta Temido, ministra da Saúde, há cerca de um mês.

“Pode implicar o encerramento de alguns hospitais que tenham a sua maternidade e que as respostas sejam concentradas noutros hospitais”, começou por dizer, na rádio Antena 1.

O professor destacou que, se não há pessoas suficientes para cobrir os espaços hospitalares, é preciso mudar algo.

“Nós temos assistido a uma redução da natalidade em Portugal. Há uma redução muito generalizada do número de partos, na maior parte dos hospitais e precisamos, de facto, de repensar: se não temos equipas suficientes para manter todos estes hospitais abertos, temos de começar a pensar quais são aqueles em que temos de centralizar as respostas, sem criar risco para as populações”, afirmou Diogo.

No entanto, mesmo que haja encerramentos de maternidades, nenhum deles será no interior. Só serão encerradas em hospitais “perto das grandes cidades e próximos uns dos outros”.

Em Agosto, que “é sempre um mês complicado” por causa das férias, pode haver mais serviços de urgência encerrados: “Não queremos muitos hospitais a entrar em contingência. Mas se não houver uma reacção muito positiva, será um número muito semelhante ao que tivemos nesta última semana”, avisou o coordenador da comissão.

Diogo Ayres Campos abordou ainda a proposta do Governo de aumentar o valor pago aos médicos nas horas extraordinárias. E não está muito satisfeito com o diploma.

“Gostaria de que a mensagem do documento tivesse sido um pouco mais simples. É um documento complexo de se interpretar. Vamos ver como os médicos vão interpretar esse documento – e alguns deles já terão férias marcadas, terão os seus compromissos”, recordou.

ZAP //

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