Empresários temem o pior e travam a fundo. Desemprego já cresce

José Sena Goulão / Lusa

A economia portuguesa está a perder força, a avaliar pelos indicadores de emprego e desemprego do INE. A confiança dos gestores no emprego caiu a pique em todos os setores, e a taxa de desemprego está a subir lentamente.

A economia já começou a perder emprego, e apesar da subida sazonal do emprego no verão devido ao turismo, já perdeu quase 20 mil empregos até setembro, diz o Dinheiro Vivo na sua edição deste sábado.

Esta perda de força da economia começa a ser visível nos indicadores de emprego e desemprego do INE, segundo os quais o emprego está a caminho da estagnação e a taxa de desemprego, ainda baixa, está a subir lentamente.

As expectativas dos empresários relativamente à contratação e criação de postos de trabalho estão a cair a pique em todos os setores analisados pelo jornal.

Analisando o período desde o início da Guerra da Ucrânia, diz o DV, torna-se claro que mesmo com um verão turístico fulgurante, a economia portuguesa perdeu quase 20 mil empregos até setembro.

A taxa de desemprego — peso do número de desempregados no total da população ativa — terá subido para 6,1% em setembro.

O desemprego total, ou seja, o número de pessoas sem trabalho, mas que estavam disponíveis para trabalhar, ainda desceu 2,5% em setembro, mas esta é a pior marca desde o segundo grande desconfinamento, em maio de 2021.

A maior parte dos empresários e gestores consultados pelo INE dizem estar já a cortar a fundo nos planos de emprego até janeiro, pelo menos — contratando menos do que o que tinham previsto, não contratando, despedindo funcionários ou não renovando contratos que chegam ao seu término.

Outro indicador fundamental que não está a melhorar, diz o DV, é o do investimento industrial: quase 80% dos gestores consultados pelo INE dizem que vai ser igual ou  pior.

Estes dados contrastam com declarações recentes do ministro das Finanças, Fernando Medina, que esta semana afirmou que “a economia está a surpreender pela positiva” e que poderia rever em alta o crescimento estimado para este ano, de 6,5% para perto de 6,7%.

ZAP //

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