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Empresa chinesa pode ter vendido plasma infectado com HIV

As autoridades de Xangai, na China, estão a investigar uma empresa farmacêutica que pode ter vendido mais de 12 mil unidades de um produto de plasma sanguíneo contaminado com o HIV, sendo este o mais recente escândalo que ameaça a confiança nas instituições médicas e no sistema de saúde naquele país.

Segundo o DN, a Administração de Alimentos e Medicamentos de Xangai informou, na quarta-feira, que as autoridades ordenaram à Shangai Xinxing Medicine Company a recolha imediata de um lote potencialmente contaminado de imunoglobulina intravenosa, um tratamento feito a partir de plasma sanguíneo, frequentemente usado para tratar distúrbios imunológicos e interromper a sua produção.

De acordo com os órgãos de comunicação social estatais, a Comissão Nacional de Saúde da China e a Administração Estatal de Medicamentos pediram a todas as instituições médicas do país para pararem de usar as unidades em questão e monitorizarem os pacientes que já receberam tratamento, não revelando, contudo, quantos estarão em causa.

“Dentro de um espírito de responsabilidade para com as pessoas, as autoridades locais estão obrigadas a realizar observações aos pacientes e cooperar com a Administração Estatal de Medicamentos”, indica um relatório publicado quarta-feira pela Xinhua, agência oficial de notícias da China.

O DN esclarece que a presença de anti-corpos HIV foi pela primeira vez detetada pelo Centro de Prevenção de Doenças da província de Jiangxi, no sudeste da China. Um responsável desse organismo disse que, até agora, não foi encontrado nenhum paciente que tenha contraído HIV por causa dos lotes de plasma infetados.

Em janeiro, a Administração Estatal de Medicamentos da China reviu as advertências sanitárias dos produtos de imunoglobulina humana, tendo assegurado que, embora os tratamentos de plasma sejam rastreados quanto a elementos patogénicos, os mesmos derivam do sangue humano e, portanto, podem representar um pequeno risco de infeção para os pacientes.

Fundada em 2000, a Shangai Xinxing Medicine Company é uma empresa subsidiária do grupo China Meheco, uma empresa farmacêutica sediada em Pequim. O acionista maioritário da China Meheco é o China General Technology Group, uma empresa estatal diretamente controlada pelo Governo.

A investigação sobre a empresa ocorre num momento delicado para o Partido Comunista, acrescenta o DN, que já está a tentar minimizar os efeitos desestabilizadores de uma desaceleração geral da economia da China.

Esta polémica representa um revés para os esforços do presidente Xi Jinping para restaurar a confiança na indústria farmacêutica da China, num momento que se procurava que tivesse um papel global mais relevante.

TP, ZAP //

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