Centros de Emprego vão ter gestores de carreira para os sem-abrigo

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José Sena Goulão / Lusa

Os centros de emprego vão ter um interlocutor para acompanhar as pessoas inscritas e sinalizadas como sem-abrigo. Além disso, terão também “gestores de carreira” para os casos “mais complexos”.

Miguel Cabrita, secretário de Estado do Emprego, anunciou esta terça-feira que os centros de emprego vão ter um interlocutor para acompanhar as pessoas inscritas e sinalizadas como sem-abrigo e “gestores de carreira” para os casos “mais complexos”.

O anúncio foi feito no primeiro Encontro Nacional dos Núcleos de Planeamento e Intervenção de Sem-Abrigo (NPISA), promovido pelo Instituto da Segurança Social.

O secretário de Estado explicou que será feito com o sem-abrigo um trabalho “de construção de um plano pessoal de caminho e intervenção no sentido de acompanhar as pessoas” para as suas necessidades.

“Muito em breve”. os centros de emprego terão também gestores de carreira “dedicados a alguns casos específicos, mais complexos do ponto de vista social”. Uma figura “importante”, já que irá garantir que cada um destes beneficiários tenha alguém a quem se possa dirigir, acompanhando “o caso muito em concreto”.

Além disso, os Centros Qualifica, destinados à formação de adultos, também vão ter técnicos que “vão servir de pivots” para os “públicos mais difíceis”.

Há cerca de um ano, foi lançado um modelo de acompanhamento personalizado que “procurou juntar as dimensões do controlo, no que diz respeito aos subsídios e outros aspetos, com uma dimensão de acompanhamento, de empoderamento e de orientação das pessoas para a procura de emprego ou formação mais adequada ao seu perfil”.

“Se este modelo faz sentido para a população desempregada em geral e para os públicos mais desfavorecidos, mais sentido fará para as pessoas sem-abrigo“, defendeu o governante.

Para Miguel Cabrita, não basta encontrar apenas uma resposta para as pessoas: “é preciso também garantir que são oportunidades que proporcionamos. O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) tem verificado taxas de desistência relativamente elevadas  devido às “circunstâncias em que as pessoas se encontram”.

“Ainda assim temos alguns indicadores que permitem perceber quais são as respostas tendencialmente mais adequadas para as pessoas”, disse, apontando os cursos de formação de mais curta duração e os contratos empregos-inserção.

Apesar das dificuldades, Miguel Cabrita disse que, nos últimos dois anos, “foi possível dar um salto quantitativo e qualitativo” em termos de sucesso nas respostas de integração.

“Se em 2015 a taxa de êxito das respostas de integração era de cerca de 2% neste momento já estão acima dos 10%”, salientou, precisando que, em 2015, estavam inscritas 140 pessoas nos centros de emprego e formação profissional e atualmente ultrapassam as 200.

ZAP // Lusa

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