Uma nova investigação concluiu que todos os idiomas do mundo têm palavras para “isto” e “aquilo”.
Investigadores da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, estudaram mais de 1.000 falantes de 29 línguas diferentes para perceber de que forma usam demonstrativos, isto é, palavras que mostram onde algo está em relação à pessoa que fala, como “este gato” ou “aquele cão”.
Até ao momento, pensava-se que as línguas variavam nas distinções espaciais e que, como consequência, os falantes podiam pensar de maneiras diferentes.
Contudo, o novo estudo, cujo artigo científico foi publicado na Nature Human Behavior, revela que todas as línguas testadas fazem as mesmas distinções espaciais usando palavras como “isto” ou “aquilo” com base na capacidade de alcançar um determinado objeto.
“Existem mais de 7.000 línguas diferentes em todo o mundo. Queríamos descobrir como é que os falantes de uma ampla variedade de línguas usam as palavras mais antigas registadas em todas as línguas – os demonstrativos espaciais, como ‘isto’ ou ‘aquilo'”, explicou Kenny Coventry, citado pelo Phys.
A equipa estudou 29 idiomas – incluindo inglês, espanhol, norueguês, japonês, mandarim, tzeltal e telugu – e testaram mais de 1.000 falantes para analisar como é que usam demonstrativos na sua língua para descrever onde estão os objetos em diferentes configurações espaciais.
A análise estatística revelou o mesmo mapeamento entre objetos alcançáveis e não alcançáveis e demonstrativos em todas as línguas.
“Descobrimos que, em todas as línguas que testamos, há uma palavra para objetos que estão ao alcance do falante, como ‘este’, e uma palavra para objetos fora do alcance, como ‘aquilo’. Esta distinção pode explicar a origem evolutiva dos demonstrativos como formas linguísticas”, rematou o investigador.