Elefantes encontrados mortos no Zimbabué foram vítimas de bactéria

Os 12 elefantes encontrados mortos, no último fim-de-semana, perto da maior reserva natural do Zimbabué, foram vítimas de uma infeção bacteriológica.

Os corpos foram descobertos, na sexta-feira e no sábado, na floresta de Pandanasuwe, entre o parque natural de Huange, perto da fronteira com o Botsuana, e a cidade de Victoria Falls, a oeste das cataratas com o mesmo nome.

Os guardas do parque admitiram inicialmente que os jovens elefantes, com entre dois e seis anos, tivessem sido envenenados por caçadores, mas os elefantes tinham as presas intactas e nenhum outro animal, incluindo abutres, tinha sido afetado.

“Tenho um relatório que indica que se trata de uma infeção bacteriológica“, disse o porta-voz da autoridade zimbabueana encarregada dos parques naturais, Tinashe Farawo.

Os animais eram demasiado pequenos para chegar às folhas das árvores, pelo que deverão ter ingerido as bactérias ao alimentar-se de plantas venenosas, explicou.

Os elefantes “estão numa tal sobrepopulação que a vegetação que preferem desapareceu e acabam por comer qualquer coisa, incluindo plantas venenosas”, disse ainda.

Segundo o canal estatal russo RT, suspeita-se que a morte destes animais possa ter sido causada por antraz (ou carbúnculo), uma infeção provocada pela bactéria Bacillus anthracis, que afeta diversos tecidos, como a pele, os intestinos, os rins, as meninges, as conjuntivas e o sistema linfático. Os animais que contraem esta infeção têm sintomas como febre, falta de ar e convulsões.

O Zimbabué tem mais de 84 mil elefantes, para uma capacidade ecológica estimada de 45 mil a 50 mil. Na reserva de Huange, que conta com 45 mil a 53 mil elefantes numa área de cerca de 14.600 quilómetros quadrados, muitos destes animais morreram de fome e de sede nos últimos anos. Em 2013, pelo menos 300 elefantes foram também mortos por envenenamento junto a pontos de água da reserva.

No vizinho Botsuana, onde existem cerca de 130 mil elefantes em liberdade, a maior população do mundo, a morte, este ano, de 300 elefantes foi atribuída a toxinas naturais.

ZAP // Lusa

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