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NASA acaba de desvendar os segredos das mini-luas “ravióli” de Saturno

NASA/JPL/SSI

Meio ano após o adeus à lendária Cassini, novos dados continuam a chegar e a fascinar os cientistas. Fotografias captadas no voo final da nave espacial NASA que explorou Saturno mostram imagem sem precedentes, revelando segredos das enigmáticas luas deste gigante gasoso, bem como dos seus sumptuosos anéis. 

O sexto planeta do Sistema Solar não é pobre em satélites naturais. Ao todo, conhecem-se-lhe 60 luas. Destas, apenas uma pequena fração orbita no interior dos seus anéis ou interage diretamente com o sistema de anéis.

Um novo estudo, cujos resultados foram esta semana publicados na revista especializada Science, acaba de revelar novos dados sobre cinco destas luas mais internas: Atlas, Pan, Daphne, Epimetheus e Pandora são as protagonistas da publicação, que fornece também dados sobre o próprio sistema de anéis.

A investigação, liderada por Bonnie Buratti, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos EUA, partiu das imagens de Cassini e concluiu que estas pequenas luas estão cobertas com material oriundo dos anéis de Saturno e partículas congeladas provenientes de Enceladus, a maior lua deste gigante gasoso.

“Estas luas estão a recolher partículas de gelo e poeira dos anéis para formar pequenas ‘saias’ em torno dos seus equadores. Um corpo mais denso assumiria mais a forma de uma bola porque a gravidade atrairia o material”, afirmou Bonnie Buratti, membro do laboratório da agência espacial norte-americana, citado em comunicado

A equipa de cientistas verificou ainda que as superfícies destes cinco mini-satélites são porosas, o que confirma que estas se formaram em múltiplos estágios à medida que o material dos anéis foi assentando em núcleos mais densos.

NASA/JPL-Caltech

Segundo escreveram os cientistas, os materiais que formaram as cinco mini-luas (nenhuma delas mede mais do que 20 quilómetros de comprimento) de Saturno podem ser fragmentos de um corpo celeste maior que colidiu, o que também ajudaria a explicar a estranha forma destas luas: em vez de esféricas, assemelham-se a raviólis.

“Os ousados e próximos sobrevoo destas estranhas luas permitem-nos observar como é que interagem com os anéis de Saturno” e configuram outra evidência de que o todo forma um sistema “extremamente ativo e dinâmico”, sustentou Buratti.

Mas as descobertas não ficam por aqui: apesar de as luas apresentarem uma forma semelhante, as suas tonalidades são totalmente distintas. As superfícies de Dafne e Pan – as luas mais mais próximas de Saturno – são as mais alteradas pelos materiais e possuem um tom avermelhado, semelhante à cor dos anéis principais.

Em sentido oposto, Atlas, Epimeteu e Pandora – os satélites naturais mais remotos – não são apenas cobertos por estes restos, mas também por partículas congeladas e vapor de água, as “penas” que emanam de Encelado e lhes conferem uma cor mais azulada.

Tal como observa o Gizmodo, Saturno é um dos objetos mais fascinantes e intrigantes de todo o Sistema Solar, contendo mundos dentro do seu próprio mundo. Graças à Cassini, que estudou o ambiente saturniano durante 13 anos, temos a sorte conseguir vislumbrar alguns destes lugares alienígenas.

SA, ZAP //

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