Airlift Technology Pvt. Ltd.

Drones não servem só para os meios convencionais: também podem levar mantimentos aos montanhistas da escalada mais difícil do mundo.
O Campo Base do Monte Evereste está localizado a uma altura de cerca de 5.364 metros acima do nível do mar. O Campo Um fica a 6.065 metros.
Entre estes dois pontos da montanha mais desafiadora para qualquer montanhista, fica 1,8 quilómetros. Um montanhista experiente, ou um sherpa, tibetanos que habitam nos Himalaias, demora cerca de 7 horas para escalar esta distância. Mas há um pequeno objeto que percorre essa distância (muito) mais depressa, nuns breves 6 minutos: um drone.
E pode ser mais útil do que parece: estes dispositivos podem levar mantimentos às bases de acampamento dos montanhistas, e revolucionar para sempre a escalada.
A ideia começou com o mapeamento 3D do Monte Evereste com recurso a drones. O CEO da Airlift Nepal, Raj Bikram, decidiu então experimentar, em 2024, a transportar carga com os drones.
Mingma G Sherpa faz excursões pela empresa Imagine Nepal, e reconheceu a necessidade desta inovação após perder 3 amigos numa avalanche da montanha, conta à CNN.
“Tiveram de subir e descer a montanha vinte vezes para descobrir o caminho e depois voltar para ir buscar o equipamento. Tinha ouvido dizer que na China usavam drones para ajudar a fazer isto noutra montanha, por isso pensei ‘porque não aqui?'”
“No início, porque era também a nossa primeira vez no Campo Base do Evereste, não tínhamos a certeza de como o drone se iria comportar àquela altitude e àquela temperatura”, conta Bikram.
Mas ao fim de 40 voos, a missão foi bem sucedida: “Assim que descobrem que ‘aqui precisamos de uma escada’, ‘aqui precisamos de uma corda’, enviam-nos as coordenadas através de um walkie-talkie e nós levamos o equipamento até lá”, conta o piloto de drones Milan Pandey.
Mas ainda há dificuldades a ultrapassar, como o dinheiro: cada dispositivo custa quase 70 mil euros, e “como não há eletricidade, precisamos de muito combustível para carregar as baterias. O custo de chegar ao acampamento, o custo da mão de obra, o alojamento, a alimentação, são muitos”, conta o CEO da empresa.
Mas as potencialidades são infinitas, e com o evoluir da tecnologia há esperanças de aplicação em larga escala. “Não estamos apenas a fornecer equipamento. A busca e salvamento é uma das nossas principais prioridades. Quando as pessoas se desviam do trilho, podemos ajudar a geolocalizá-las“, explicam os especialistas.