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Dois em cada três idosos considera que a Segurança Social corre o risco de não ser sustentável para as gerações futuras, de acordo com o Barómetro Seniores.
A segunda edição do Barómetro Seniores, cujas entrevistas a mil idosos foram realizadas em maio e junho pela empresa QSP, revela “a desconfiança” dos seniores portugueses sobre o Estado e a sustentabilidade da Segurança Social.
Quase 65% acredita que a Segurança Social corre sérios riscos de não garantir a reforma às gerações futuras. Apenas 25,3% acredita na sustentabilidade da Segurança Social e 9,8% não sabe ou não quis responder.
Para 62,9% dos portugueses inquiridos, a reforma está associada a um decréscimo da qualidade de vida e, de acordo com esta pesquisa, apenas 18,5% dos inquiridos afirmaram que “poupam ou pouparam algum valor mensalmente” ao longo da vida para o período de reforma.
Do universo de seniores considerado, 94,2% não tem qualquer apoio financeiro dos seus familiares e 24,7% afirmam prestar apoio financeiro a familiares.
O barómetro revela também que 62,2% dos inquiridos não se imagina a viver numa unidade de prestação de cuidados seniores – e se tivessem que viver apenas 13,8% escolheria viver numa “residência a tempo inteiro”, sendo que é nas regiões tendencialmente mais rurais (interior norte e sul) que está a maior percentagem de pessoas que se imagina a viver numa unidade de prestação de cuidados para seniores.
O estudo revela ainda que 46,6 % dos seniores já possuem ligação residencial à Internet contra 31,9% registados em 2009, quando foi realizado o primeiro barómetro, mas apenas 27,4 % usa o e-mail como meio de comunicação mesmo assim uma variação positiva de 11,2% relativamente a 2009.
Realizado pela empresa de consultoria de marketing QSP, o Barómetro Seniores baseou-se na consulta a mil pessoas com idades entre 55 e os 74 anos, sendo considerados dois estratos: dos 55 aos 64 anos (os potencialmente ativos ou pré-seniores) e dos 65 aos 74 anos (os seniores).
Citando dados do INE, a empresa salienta que “Portugal está a assistir a um continuado e forte envelhecimento demográfico” e que em 2012 havia uma proporção de aproximadamente 131 idosos por cada 100 jovens (0-14 anos), estimando-se que em 2060 haverá cerca de 307 idosos para cada centena de jovens.
/Lusa