Observados, pela primeira vez, dois quasares a colidir no Amanhecer Cósmico

NASA, ESA, Joseph Olmsted (STScI)

Esta ilustração mostra dois quasares no caótico processo de fusão

Uma equipa de cientistas conseguiu captar dois quasares em chamas no ato de fusão na Aurora Cósmica, apenas 900 milhões de anos após o Big Bang.

Este é o primeiro par de quasares – galáxias alimentadas por buracos negros supermassivos – em colisão captados nesta época intensa de formação cósmica na sequência do Big Bang. Teoricamente, este período deveria estar repleto de galáxias em fusão, mas esta foi a primeira prova encontrada de uma fusão.

“A existência de quasares em fusão na Época da Reionização foi antecipada há muito tempo”, explicou o astrónomo Yoshiki Matsuoka, da Universidade Ehime, no Japão, citado pelo Science Alert. “Agora, foi confirmado pela primeira vez.”

Os quasares estão entre os objetos mais brilhantes do Universo. São galáxias nas quais o buraco negro supermassivo se alimenta a uma velocidade tremenda, num processo que produz grandes quantidades de luz resplandecente a partir das forças de fricção e gravitacionais.

Os cientistas acreditam que os quasares podem formar-se quando duas galáxias se fundem, um processo que resulta numa maior concentração de material no centro galáctico. Como os astrónomos encontraram muitos quasares no Universo primordial (em parte porque são mais brilhantes e, portanto, mais fáceis de ver), esperavam uma alta taxa de fusões de galáxias durante a Aurora Cósmica.

No entanto, encontrar essas fusões revelou-se extremamente complicado. Aliás, a mais recente descoberta foi completamente acidental e surgiu graças à análise de dados recolhidos pelo Telescópio Subaru.

“Ao examinar imagens de candidatos a quasar, notei duas fontes semelhantes e extremamente vermelhas, uma ao lado da outra”, evidenciou Matsuoka . “A descoberta foi puramente acidental.”

A equipa descobriu também que uma proporção significativa da luz emitida pelas galáxias provém da formação estelar e que uma ponte de gás as liga, revelando que as duas estão a interagir em pleno processo de fusão.

Cada uma delas parece abrigar um buraco negro supermassivo com cerca de 100 milhões de vezes a massa do Sol, uma dimensão gigante para o Universo primitivo – até o buraco negro central da Via Láctea tem apenas 4,3 milhões de massas solares.

O artigo científico foi publicado, recentemente, no The Astrophysical Journal Letters.

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