O novo documentário da Peacock “Making Manson” revela gravações de áudio em que o líder do culto admite ter sido responsável por mais assassinatos no México.
Gravações de áudio recentemente descobertas revelam que Charles Manson, o infame líder do culto por trás dos assassinatos da Família Manson, admitiu ter cometido outros assassinatos antes de reunir o seu famoso grupo na década de 60. As gravações fazem parte da próxima série documental da Peacock “Making Manson”.
“Há uma parte inteira da minha vida que ninguém conhece”, diz Manson num dos áudios. O norte-americano, que faleceu em 2017, relatava um período passado no México, onde afirma ter cometido assassinatos durante o seu tempo lá.
“Fui a Acapulco, roubei alguns carros. Envolvi-me em coisas que me ultrapassavam, pá. Envolvi-me num par de homicídios. Deixei a minha Magnum .357 na Cidade do México e deixei algumas pessoas mortas na praia”, conta, citado pelo The Guardian.
A série documental, dividida em três partes, baseia-se em duas décadas de conversas inéditas em que Manson reflete sobre os seus crimes, o seu culto e a sua ideologia perversa.
Conhecido pela sua capacidade de manipular e controlar os seus seguidores, Manson orquestrou uma série de assassinatos no verão de 1969, incluindo o assassinato da atriz Sharon Tate, que na altura estava grávida de oito meses.
Manson foi preso juntamente com os seus seguidores nesse mesmo ano. No seu julgamento, apresentou-se como um símbolo do caos e do mal, chegando mesmo a gravar uma suástica na testa. Apesar de nunca ter cometido diretamente os assassínios, o seu domínio psicológico sobre os seus seguidores levou-os a executar as mortes em seu nome.
Na prisão, o comportamento de Manson evidenciou ainda mais a sua natureza perigosa. Cometeu inúmeras infrações, incluindo agressões, posse de armas e ameaças ao pessoal. Segundo relatos, cuspiu nos guardas, iniciou brigas e até ateou fogo no seu colchão. Durante uma audiência de liberdade condicional em 2012, terá dito a um psicólogo da prisão: “Sou especial. Não sou como um recluso normal. Já pus cinco pessoas na cova. Sou um homem muito perigoso”.
Manson cumpriu mais de 40 anos de prisão por homicídio em primeiro grau e conspiração para cometer homicídio. Morreu de causas naturais em novembro de 2017.
“Making Manson” estreia na próxima terça-feira. Na série documental, antigos membros da família Manson falam sobre o tempo em que estiveram sob a sua influência, recordando a lealdade e o medo que os ligavam ao seu controlo.