Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, acolhe a VIII convenção nacional da Iniciativa Liberal (IL) numa altura marcada pela divisão interna no partido. Mas o líder Rui Rocha diz que não está preocupado.
O presidente da IL diz que não teme as conclusões da VIII convenção nacional do partido que decorre, neste fim-de-semana, em Santa Maria da Feira.
A votação dos novos estatutos do partido está em risco, com a proposta que vai ser apresentada a merecer muitas críticas da oposição interna, nomeadamente de Tiago Mayan Gonçalves, um auto-anunciado candidato à liderança da IL.
“Não temo sequer que o céu me caia em cima da cabeça, portanto não temo, não receio, acredito, confio e estou contente”, assegura, contudo, Rui Rocha em declarações divulgadas pela Rádio Renascença.
“Estou feliz porque a IL é um projecto político que se está a afirmar consistentemente no país”, apontou Rocha no arranque da convenção.
Quanto à possibilidade de a alteração dos estatutos que propõe não ser aprovada, Rocha desdramatizou e salientou que os actuais estatutos “não são impeditivos do crescimento liberal”.
“Independentemente da intensidade da discussão, na segunda-feira, eu próprio e esta comissão executiva estaremos na mesma, à frente do partido, com a mesma intensidade e com energia redobrada, porque chegaremos seguramente mais ricos“, sublinhou ainda o líder da IL.
Oposição liderada por Mayan Gonçalves vai fazer “barulho”
A convenção nacional da IL vai aprovar novos estatutos e programa político sem eleger os órgãos nacionais e espera-se a participação de cerca de mil membros.
Esta reunião magna do partido liderado por Rui Rocha começou este sábado sob o lema “Sempre a Crescer”, e decorre até domingo em Santa Maria da Feira.
Apesar de não haver alterações na presidência do partido, há expectativas quanto a manifestações da oposição interna a Rui Rocha que tem sido encabeçada por Tiago Mayan Gonçalves, antigo candidato presidencial apoiado pela IL.
Um dos temas que divide Rocha e Mayan Gonçalves é precisamente a alteração dos estatutos. Haverá duas propostas em discussão e em votação pelos liberais: uma apresentada pelo Conselho Nacional da IL e uma outra dos opositores internos.
A proposta do Conselho Nacional da IL prevê a criação da Mesa do Conselho Nacional, um novo órgão, e que a Comissão Executiva passe a ter o poder de aprovar as candidaturas a eleições.
Já a proposta da oposição, apresentada pela iniciativa “Estatutos + Liberais” e assinada por 211 membros entre os quais Mayan Gonçalves, propõe uma maior descentralização do partido, com mais poderes deliberativos para os núcleos territoriais e menos poderes para a Comissão Executiva.
Quanto ao programa político, é a primeira vez que este documento vai ser alterado, já que se mantinha sem mudanças desde a fundação da IL.
ZAP // Lusa