Disney+ alerta para estereótipos racistas. Filmes clássicos com avisos sobre “maus tratos”

Embora já exibisse mensagens padrão desde o ano passado, a nova plataforma de vídeo Disney+ mostra agora um aviso, que não pode ser passado à frente, no início de vários filmes clássicos – como Dumbo e Peter Pan – onde especifica os estereótipos representados em cada um.

De acordo com a BBC, no início de filmes clássicos que entretiveram várias gerações durante décadas, a plataforma de streaming Disney+ começou na semana passada a exibir mensagens específicas que alertam para estereótipos racistas.

Os avisos têm a duração de 12 segundos e referem-se a “representações negativas” e a “maus tratos de pessoas ou culturas”, acrescentando que “esses estereótipos estavam errados na época e estão errados agora”.

Em vez de remover o conteúdo, “queremos reconhecer o seu impacto prejudicial, aprender com ele e originar debates para criarmos juntos um futuro mais inclusivo“, diz o aviso, direcionando os espetadores para um site que explica algumas das cenas problemáticas.

Mas afinal quais são os filmes sinalizados?

Dumbo (1941): a história do elefante orelhudo é acusada de usar o grupo de corvos (que ajuda Dumbo a aprender a voar) com intenções racistas. Na versão americana, os corvos têm sotaque afro-americano exageradamente carregado e o corvo principal chama-se Jim Crow – que foi um dos principais segregacionistas daquela altura, nos Estados Unidos.

Peter Pan (1953): o filme refere-se aos nativo-americanos como os “peles vermelhas”, uma designação que entretanto caiu em desuso e considerada ofensiva. Além disso, algumas personagens dançam com cocares – adorno feito de penas, usado na cabeça pelos povos indígenas -, o que a Disney diz ser uma “forma de ridicularização e apropriação da cultura e imagens dos povos indígenas”.

A Dama e o Vagabundo (1955) – dois gatos siameses, Si e Am, são retratados com características asiáticas, o que tem sido alvo de muitas críticas. Além disso, há uma cena num canil, em que os cães têm atitudes estereotipadas e um forte sotaque dos países de onde são as suas raças (Pedro, o Chihuahua mexicano, e Boris, o Borzoi russo).

O Livro da Selva (1968): a história passa-se na Índia, no entanto Rei Louie é um macaco (com poucas habilidades linguísticas) que canta canções num estilo de jazz chamado dixie, muitas vezes associado ao racismo praticado no sul dos EUA, no pré Guerra Civil.

Os Aristogatos (1970) – um gato siamês chamado Shun Gon é representado como uma caricatura racista dos povos do Leste Asiático com traços estereotipados exagerados, como olhos puxados e dentes salientes. Shun Gon fala num inglês sofrível e toca piano com pauzinhos.

ZAP //

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