Presidente dos EUA fez o balanço de 2022, num discurso perante a Câmara dos Representantes e do Senado. Falou sobre quase tudo.
Foi mais de uma hora a falar em frente à Câmara dos Representantes e do Senado: Joe Biden fez o balanço de 2022, num discurso do Estado da União.
Falou sobre quase tudo. Deixou um tom optimista, apelou à união, não se esqueceu dos “eternos” Rússia e China.
O jornal Observador resumiu as palavras de Biden em cinco pontos-chave.
O líder, como já mencionámos, apelou à união. Independentemente de ser republicano ou democrata, são todos “amigos”, segundo Biden: “É-nos dito que democratas e republicanos não conseguem trabalhar juntos. Mas ao longo deste último ano, provámos aos cínicos que eles estavam errados. Discordámos, agimos sozinhos, sim, Mas de tempos a tempos os democratas e republicanos uniram-se”. Claro que não é “amigo” dos republicanos mais radicais, encostados ao antigo presidente Donald Trump – e lembrou a “ameaça à democracia”, na invasão ao Capitólio.
Quando se virou para fora do país, repetiu que a guerra na Ucrânia é uma “agressão assassina” da responsabilidade de Vladimir Putin, o presidente da Rússia que recuperou imagens “de morte e destruição” da II Guerra Mundial. Em relação à China (e poucos dias depois do famoso balão-espião chinês visto nos EUA), Biden disse que quer “competição e não confronto” com Xi Jinping, presidente da China; embora queira vencer essa competição. Mas ficou o recado: se a China “ameaçar” a soberania dos EUA, o país vai fazer de tudo “para proteger” as suas fronteiras.
Sobre a economia nacional, Joe Biden voltou a lamentar o facto de muitas empresas terem fechado portas nos EUA e agora estarem noutros países, com impostos mais baixos: “Cidades que estavam a prosperar tornaram-se sombras daquilo que eram”. Agora, o presidente dos EUA quer o regresso do “Made In America” – e todos os materiais usados para construir infraestruturas por ordem federal terão de ser locais.
Em relação à saúde, sem surpresas, o aborto foi assunto em destaque. O presidente sublinhou que o Congresso dos EUA tem o “dever de proteger os direitos e liberdades das pessoas”; por isso, pediu aos congressistas para ser restaurado o direito federal ao aborto – e vai vetar uma eventual decisão do Congresso de expandir as proibições relacionadas com o aborto. Já a COVID-19, em breve, vai deixar de ser emergência de saúde pública nos EUA.
Por fim, a reforma policial. “Imagine-se o que é perder um filho às mãos da lei”, disse Joe Biden, directo. O presidente dos EUA considera que os negros têm de ter especiais cuidados, para não serem vítimas de violência policial. Com os pais de Tyre Nichols (jovem que morreu na sequência de agressões de polícias) à sua frente, Biden afirmou: “Aquilo que ocorreu a Tyre Nichols acontece com demasiada frequência. Temos de fazer melhor”.