É algo “inédito” no Estado, como admite o próprio director-geral de Energia e Geologia, João Bernardo, que pediu aos funcionários para contribuírem com donativos para a compra de um carro para a frota da Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).
O pedido foi enviado aos funcionários da entidade pública na passada sexta-feira, através de e-mail, e foi uma “ironia” perante a situação “crítica” que se vive na DGEG, como explica João Bernardo em declarações ao Observador.
Com uma frota automóvel muito antiga e onde são constantes as avarias, o director-geral de Energia lançou, assim, uma espécie de crowdfunding para angariar fundos para ajudar a comprar um automóvel para a entidade.
Uma decisão tomada devido à demora no concurso público para a renovação da frota automóvel da DGEG.
“A última viatura adquirida foi em 1999, apresentando o restante parque automóvel maior antiguidade”, explica João Bernardo ao Observador.
“Em 2014-2015, quando se fundiram alguns serviços das antigas direcções regionais da economia, a DGEG chegou a ter 44 viaturas, grande parte vindas dessas estruturas, mas todas elas já na altura com uma antiguidade superior a 15 anos e quase metade com problemas de funcionamento“, diz ainda o responsável.
A situação degradada dos carros leva a avarias constantes, com os funcionários da DGEG a serem obrigados a usar os seus carros pessoais para cumprirem acções de fiscalização e licenciamento.
A DGEG pediu o lançamento do concurso para a compra de carros no início de 2019, mas João Bernardo nota na mensagem enviada aos trabalhadores, que
“perdeu o rasto ao processo”.
Pretendia-se a aquisição de 16 carros. Mas “as 16 viaturas nunca vieram, nem mesmo as oito, pedidas posteriormente, numa versão minimalista, para que os serviços pudessem garantir, minimamente, a capacidade de resposta no âmbito da sua missão, competências e atribuições”, destaca também o director-geral.
“Por 3 mil euros já se arranja um carro com 15 anos”
O e-mail enviado por João Bernardo aos funcionários inclui uma conta bancária na Caixa Geral de Depósitos para onde deveriam ser enviados os donativos, como apurou o Observador.
“Não é preciso gastar muito dinheiro e, nestas circunstâncias, podemos optar por uma viatura usada em boas condições. Por cerca de 3 mil euros já se arranja um carro com 15 anos e capaz de não envergonhar ninguém e fazer o serviço”, aponta ainda o director-geral de Energia na mensagem citada pela publicação.
Entretanto, João Bernardo garante que a situação já foi esclarecida junto dos funcionários, com a explicação de que foi uma “ironia”. Até porque o “lançamento de campanhas de crowdfunding tem de ser feito em plataformas especializadas e ser devidamente autorizadas”, nota ainda.
Por outro lado, “a DGEG, enquanto organismo da Administração Central do Estado, não pode adquirir viaturas porque não tem património próprio”, salienta também o director-geral.
Uma fonte oficial do Ministério do Ambiente e Acção Climática que tutela a DGEG refere ao Observador que “não se resolvem assim os constrangimentos dos serviços da Administração Pública”. “Os problemas terão de ser resolvidos com a contratação dos meios adequados e que está em curso”, aponta também.
Mas João Bernardo realça a situação “crítica” da DGEG dada a “responsabilidade” que tem “nos sectores energético e dos recursos geológicos, em especial na transição energética”.
Este responsável aponta o dedo à “pouca flexibilidade do sistema de aquisições” e à sua “complexidade”, notando que não dá resposta “às exigências de uma administração pública mais simplificada, flexível e ajustada às necessidades das empresas e dos cidadãos”.
O título da notícia é indutor de benefício pessoal do funcionário, e dele devia constar o acrescento “para o serviço”, sendo por isso ofensivo da dignidade da pessoa. Não pode valer tudo em nome do sensacionalismo barato!
Absolutamente de acordo.
Perfeitamente de acordo, pois o título induz outro sentido e não está conforme com o corpo do texto. O sensacionalismo, por vezes, volta-se contra o autor.
O Costa diz que está tudo bem.
O pedido de colaboração financeira para a compra de veículos, até usados!!, mostra a situação de vexame para um órgão do Estado português. Se fosse o Zelensky a chorar miséria, até seria compreensível.
O Costa diz que o país está bem. Viva a maioria.
O titulo é enganador e pode induzir o leitor em erro. Não pode valer tudo e o sensacionalismo não é saudável numa sociedade.
Quanto ao resto, é mais do mesmo. As continhas certas estão a destruir o patrimônio do estado e a degradar os serviços públicos, e quem vier a seguir vai pagar as favas como o costume. E serão esses os maus da fita enquanto que quem destruiu o pais vai sacudir a agua do capote. Já vi este filme em qualquer lado!
O Costa diz que a culpa é do Diretor Geral da Energia e dos Portugueses que não são solidários. Viva a maioria!