“Osso frio”. Foi descoberto o dinossauro herbívoro mais antigo da Gronelândia

(dr) Victor Beccari

Reconstrução do dinossauro Issi saaneq

Reconstrução do dinossauro Issi saaneq

Cientistas descobriram a primeira espécie de dinossauro herbívoro que viveu, há cerca de 214 milhões de anos, no que hoje é a Gronelândia.

Tudo começou em 1994, quando paleontólogos da Universidade de Harvard descobriram dois crânios bem preservados durante uma escavação na Gronelândia Oriental, que pensaram pertencer a um Plateosaurus.

Mas recentemente, uma equipa internacional de cientistas, entre os quais investigadores da Universidade Nova de Lisboa, decidiu realizar uma micro-tomografia computadorizada destes ossos, o que lhe permitiu criar modelos digitais em 3D das estruturas internas e dos ossos ainda cobertos por sedimentos.

“A anatomia dos dois crânios é única em muitos aspetos como, por exemplo, na forma e nas proporções dos ossos. Foi aí que percebemos que estes espécimes pertenciam a uma nova espécie”, disse, em comunicado, Victor Beccari, da NOVA e autor principal da pesquisa.

A nova espécie, denominada Issi saaneq (nome que homenageia a língua inuíte e significa “osso frio”), é um dinossauro herbívoro que viveu há cerca de 214 milhões de anos na Gronelândia, durante o Triássico Superior. Foi durante essa altura que o super-continente Pangeia se separou e o Oceano Atlântico começou a formar-se.

“Naquela altura, a Terra estava a passar por mudanças climáticas que permitiram aos primeiros dinossauros herbívoros chegar à Europa e mais além”, acrescenta, na mesma nota, Lars Clemmensen, professor da Universidade de Copenhaga e outro dos autores do estudo publicado, a 3 de novembro, na revista científica Diversity.

Segundo os investigadores, as novas descobertas são a primeira evidência de uma espécie distinta de dinossauro da Gronelândia, o que não só aumenta a diversidade de dinossauros do Triássico Superior, como também nos permite entender melhor os caminhos evolutivos e a linha do tempo deste grupo de saurópodes que habitaram a Terra durante quase 150 milhões de anos.

Os dois crânios podem ser vistos no Museu da Lourinhã, mas, quando o trabalho científico estiver concluído, serão transferidos para o Museu de História Natural da Dinamarca.

ZAP //

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