Segundo Francisco Teixeira, comercial da Burnatti Cafés, o diferendo dura desde maio, mas nos últimos dias a situação piorou. O caso foi denunciado nas redes sociais e desde então tem ganho grandes proporções.
O comercial trabalha há 12 anos para a Burnatti Cafés, em Urgezes, Guimarães, e só nos últimos meses é que tem tido problemas. “Isto já se iniciou em maio, mas nos últimos três dias fiquei sentado à porta da empresa”, denuncia ao Diário de Notícias.
O trabalhador, que já fez queixa da situação à Autoridade para as Condições no Trabalho, tem uma outra atividade, que desenvolve em paralelo, de compra e venda de equipamento de hotelaria. E Francisco acredita que o problema vem daí.
“Sempre tive autorização do patrão, mas no fim de maio ele achou que já não era possível eu continuar a minha atividade paralela”, garante, explicando ainda que o patrão lhe impôs a escolha entre uma atividade ou outra. Mas Francisco Teixeira não aceitou porque nunca baixou “os rendimentos, a produção”.
De acordo com a versão do trabalhador, no fim de junho o patrão ter-lhe-á mandado entregar a lista de clientes a um colega e que se despedisse, mas o funcionário fez queixa na ACT e não aceitou sair.
Desde então passou a só ter acesso a uma das salas da empresa, onde havia apenas mesas, cadeiras e uma máquina de café – e onde estava também proibido de fazer chamadas.
A 16 de junho, no mesmo dia em que a ACT foi à empresa, Francisco começou a trabalhar na rua. “Era colocado por um colega às 9:30 e só me iam buscar às 17:30, sem carro, sem telemóvel. Foi assim até ao final da semana passada”, diz, especificando que esteve em Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso, Braga, Vila das Aves e Trofa, onde se encontra hoje.
Desde segunda-feira e até quarta, o funcionário deixou de ter acesso ao interior da empresa, tendo cumprido o horário laboral sentado à porta do edifício. Segundo o próprio, a ACT verificou a situação na tarde de terça e quarta-feira.
De acordo com o Jornal de Notícias, o patrão da empresa, Vítor Araújo, acusa Francisco de usar “a carrinha da Brunatti para vender produtos dele” e que utiliza o telemóvel pessoal para “filmar a atividade da Brunatti e gravar as conversas dos colegas”.
Vítor deixa ainda a garantia de que não vai despedir o funcionário: “Isso era o que ele queria. Nunca despedi um funcionário na minha vida e não vai ser agora”.