No último fim-de-semana, desapareceram três jovens em praias portuguesas. A Autoridade Marítima Nacional alerta para os perigos nas praias, fora da época balnear, sublinhando que “o calor é de verão, mas o mar é de inverno”.
Este abril trouxe calor “mil”.
Os últimos dias têm sido de verão, em Portugal, com temperaturas a chegar quase aos 30ºC, nalguns pontos do país.
Tipicamente portuguesas são as idas à praia, quando vem o calor, mesmo que ainda se esteja longe da época balnear.
Nesta altura do ano, fazer na praia o que se faz no verão ainda não é recomendável: além de não haver vigilância, o mar ainda é de inverno.
Nos últimos três dias, desapareceram três jovens, em praias portuguesas.
Na última sexta-feira, um marroquino de 16 anos desapareceu em Vila Nova de Gaia.
O adolescente tinha saído com amigos para a praia de Canide Norte e, a certa altura, entrou na água numa zona com bastantes remoinhos.
Um conhecido da vítima – que pediu para não ser identificado – disse ao JPN que o jovem marroquino não sabia nadar: “Foi abaixo mais do que uma vez e os amigos tentaram resgatá-lo, mas não conseguiram”, relatou.
Outro jovem, de 22 anos, está desaparecido desde sábado, depois de ter entrado no mar, na praia da Vieira, em Leiria.
No domingo, aconteceu a um jovem de 19 anos, na praia da Costa Nova, em Aveiro.
De acordo com o porta-voz da Autoridade Marítima Nacional, José Sousa Luís, continuam em curso as buscas pelos três jovens desaparecidos.
Em declarações à Antena 1, o Comandante dá conta de um fim-de-semana muito trabalhos com vários resgates.
“Este foi um fim-de-semana com muita gente a ir até à praia, houve uma grande afluência nas praias portuguesas (…) Assistimos a diversos salvamentos, ao longo deste fim-de-semana, havendo lamentar três desaparecimentos“.
Sousa Luís sublinhou que, embora as temperaturas já se assemelhem às do verão, “o mar ainda é de inverno” – não havendo dispositivos devidamente aptos nem capacidade de resposta como há na época balnear.
“Nesta altura do ano, a esmagadora maioria das praias portuguesas ainda não tem qualquer sistema de apoio a banhistas ou vigilância (…) A vigilância está a ser feita com um dispositivo padrão da autoridade marítima nacional (…) há que ter presente que – não estando o dispositivo igual ao da época balnear – a capacidade de resposta não é a mesma que acontece no verão“, explicou.
“Este mar de inverno significa que as correntes ainda são muito fortes, que os ‘fundos’ ainda estão muito alterados, com grande probabilidade da existência de fundões; e também com grande probabilidade da ocorrência de agueiros que é principal causa de afogamento nas praias portuguesas”, esclareceu.
A região de Aveiro – onde um dos jovens continua desaparecido – é conhecida pela existência de bastantes agueiros. Este fenómeno caracteriza-se pela ausência de ondas, mas com correntes traiçoeiras, que arrastam os banhistas.