Dia da mulher. Cinco portuguesas que fizeram história a lutar pelos seus direitos

Joshua Benoliel / Wikimedia

Ana de Castro Osório (E) e Carolina Beatriz Ângelo (D).

De Carolina Beatriz Ângelo a Ana de Castro Osório, são várias as ativistas que lutaram pelos direitos das mulheres em Portugal.

Hoje, 8 de março, celebra-se o Dia Internacional da Mulher. Este é um dia que exige uma reflexão de como podemos melhorar, contribuindo para uma sociedade mais igualitária. Há um logo caminho a percorrer para as mulheres — e para os homens também.

Atualmente há cada vez mais ativistas a lutarem pela igualdade de direitos entre sexos. No entanto, anos antes, havia já pioneiras a desfazer estigmas e a dar os primeiros passos desta maratona.

São vários os exemplos em Portugal, mas destacamos aqui cinco personalidades femininas que marcaram a luta pelos direitos das mulheres.

Carolina Beatriz Ângelo

Carolina Beatriz Ângelo foi uma médica e sufragista, conhecida por ser a primeira mulher portuguesa a votar, nas eleições presidenciais de 1911, após a aprovação da lei eleitoral que permitia o voto às mulheres desde que tivessem “instrução primária e fossem chefes de família”.

A médica aproveitou uma brecha na lei que não especificava o género do eleitor, mas sim a sua capacidade eleitoral, e apresentou um requerimento para votar, que foi aceite pelas autoridades eleitorais.

Antes de se tornar uma ativista pelos direitos das mulheres, Carolina Beatriz Ângelo já era uma médica conceituada e reconhecida na sua época. Formou-se em medicina na Universidade de Lisboa em 1902, tornando-se uma das primeiras mulheres portuguesas a obter um diploma universitário.

Dedicou a sua carreira à medicina, trabalhando em hospitais e clínicas, além de ter fundado a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas em 1909, juntamente com outras ativistas feministas como Ana de Castro Osório e Adelaide Cabete.

Wikimedia (CC0/PD)

Carolina Beatriz Ângelo

Ana de Castro Osório

Ana de Castro Osório foi uma escritora, educadora e feminista portuguesa. É considerada uma das principais figuras do movimento feminista em Portugal e fundadora da Associação de Propaganda Feminista em 1910.

Osório escreveu vários livros e artigos sobre questões feministas e de género, além de ter participado em congressos internacionais de mulheres em todo o mundo. Foi também uma defensora da educação para mulheres, argumentando que a educação era fundamental para a emancipação feminina e para a luta contra a discriminação de género.

Além disso, Ana de Castro Osório foi uma ativista pelos direitos das crianças e uma das principais responsáveis pela criação da Liga Portuguesa dos Direitos da Criança em 1923. Ela defendia que as crianças tinham direito a uma educação de qualidade, à proteção contra o trabalho infantil e ao acesso aos cuidados de saúde.

Adelaide Cabete

Adelaide Cabete foi uma médica, ativista e feminista portuguesa. Embora tenha dedicado a sua carreira à medicina, também se envolveu na luta pelos direitos das mulheres e pela igualdade de género em Portugal.

Como uma das fundadoras da Associação de Propaganda Feminista, Adelaide Cabete escreveu artigos e discursos sobre a necessidade de igualdade de género e de direitos civis para as mulheres.

Assim como Ana de Castro Osório, defendia que as mulheres deveriam ter acesso à educação, à igualdade de salários e ao direito ao voto, entre outras questões.

Além disso, Adelaide Cabete organizou a primeira conferência feminista em Portugal em 1911 e foi uma das principais líderes do movimento sufragista português.

Maria Veleda

Maria Veleda, pseudónimo de Maria Carolina Frederico Crispim, foi uma professora, escritora e ativista feminista portuguesa. Foi também uma das fundadoras da Associação de Propaganda Feminista em 1910.

Veleda estudou filologia na Universidade de Lisboa e tornou-se professora de línguas clássicas em várias escolas de Portugal.

Além disso, Maria Veleda foi uma das principais líderes do movimento sufragista português, lutando pelo direito das mulheres ao voto e organizando manifestações e comícios para promover a causa.

A professora foi uma das primeiras mulheres portuguesas a defender a ideia de que a luta pelos direitos das mulheres estava interligada com outras lutas sociais, como a luta pelos direitos dos trabalhadores e a luta pela democracia.

A ativista argumentava que as mulheres deveriam estar unidas com outros grupos marginalizados e trabalhar juntas para alcançar a igualdade de direitos e a justiça social.

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Maria Veleda.

Maria Lamas

Maria Lamas foi uma escritora, jornalista e ativista feminista portuguesa, nascida em 1893 e falecida em 1983. Estudou letras na Universidade de Lisboa e foi uma das fundadoras da Casa dos Estudantes do Império, um espaço de convívio e estudo para estudantes coloniais africanos e asiáticos em Lisboa.

Foi uma ativista política de esquerda e envolveu-se na luta contra a ditadura em Portugal. Esteve presa várias vezes e exilou-se no estrangeiro durante alguns anos. Durante a sua vida, lutou pelos direitos das mulheres, pela liberdade de expressão e pela democracia em Portugal.

A ativista foi uma das fundadoras da Liga Portuguesa dos Direitos das Mulheres e foi também uma das primeiras mulheres portuguesas a falar abertamente sobre a sexualidade feminina e a importância da educação sexual para as mulheres.

(CC0/PD)

Maria Lamas

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