Foram registados, desde o início do ano até meados de maio, quase 1.400 casos de varíola dos macacos, em sete países africanos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as autoridades sanitárias de Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo (RDCongo), Libéria, Nigéria, República do Congo e Serra Leoa detetaram quase 1.400 infeções do vírus Monkeypox (VMPX), nestes países onde a varíola é considerada endémica.
“Embora o vírus não se tenha espalhado para países africanos onde a doença não é endémica, o vírus vem expandindo o seu alcance geográfico nos últimos anos”, alertou a OMS, em comunicado, segundo o Jornal de Notícias.
“Por exemplo, até 2019 o vírus Monkeypox na Nigéria era encontrado principalmente no sul do país, mas em 2020 o vírus mudou-se para o centro, leste e norte do país”, acrescentou a organização.
Para tentar combater a disseminação do vírus, a OMS sugere que se procure uma solução conjunta, entre os países ocidentais e os africanos.
“Devemos trabalhar juntos e realizar ações globais conjuntas que levem em conta a experiência, o conhecimento e as necessidades da África”, explicou Matshidiso Moeti, diretor da OMS para a África.
“Precisamos de evitar duas respostas diferentes ao VMPX: uma para os países ocidentais que só agora estão a registar uma transmissão significativa e outra para África”, sublinhou Moeti.
O dirigente solicitou também que o continente africano tenha “acesso igualitário” a vacinas contra a doença, para que as doses cheguem a todos os que dela precisam.
Em 2020, vários países africanos detetaram mais de 6.300 possíveis infeções, segundo a OMS — 95% desses casos ocorreram na RDCongo.
O número de casos em África caiu no ano seguinte, para cerca de 3.200 possíveis infeções detetadas, mas as autoridades de saúde ainda não sabem o porquê.
O alarme gerado pelos casos de VMPX detetados em países onde a doença não é endémica contrasta com a situação em África, um continente familiarizado com o vírus há mais de cinco décadas.
O Monkeypox, da família do vírus que causa a varíola, é transmitido de pessoa para pessoa por contacto próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados.
O tempo de incubação é geralmente de sete a 14 dias, e a doença, popularmente conhecida por varíola dos macacos, dura, em média, duas a quatro semanas. A doença é endémica na África Ocidental e Central e menos perigosa que a varíola.