Uma equipa de cientistas demonstrou, pela primeira vez, como uma única molécula transforma uma célula em algo tão grande quanto uma árvore.
Os cientistas sabem, há já um século, que todas as plantas dependem da auxina para crescer. O que eles não sabiam era como é que esta molécula dá início ao crescimento.
O Phys começa por explicar que as células vegetais estão protegidas por paredes celulares, cuja camada primária tem três componentes principais: celulose, hemicelulose e pectina.
Estas formas fornecem força física às plantas contra elementos, como o vento. Até agora, uma das teorias apontadas, teorizada há meio século, defendia que a auxina faz com que as células se tornem ácidas, permitindo que as paredes amoleçam e se expandam.
Como a auxina ativa a acidificação permaneceu um mistério. Pelo menos, até agora.
A equipa do professor de Botânica Zhenbiao Yang descobriu que a auxina cria essa acidez ao desencadear o “bombeamento” de protões para as paredes celulares, baixando os níveis de pH.
O pH mais baixo ativa uma proteína – a expansina – que rompe as ligações entre a celulose e a hemicelulose, permitindo que as células se expandam e a planta cresça.
O portal acrescenta que o bombeamento de protões também conduz a uma captação de água para a célula, o que aumenta a sua pressão interna. Se a parede da célula estiver suficientemente solta e houver pressão suficiente no interior, a célula expande-se.
Existem dois mecanismos conhecidos pelos quais a auxina regula o crescimento: a diminuição do pH, que a equipa de Yang descreveu, e a capacidade da molécula de ligar a expressão genética no núcleo das células das plantas, o que por sua vez aumenta a quantidade de expansão e outros fatores reguladores do crescimento na célula.
No fundo, é um eufemismo dizer que a auxina “contribui” para o crescimento das plantas. A molécula é absolutamente essencial para quase todos os aspetos do crescimento e desenvolvimento.
O artigo científico que descreve as descobertas foi recentemente publicado na Nature.