A dessalinização da água do mar pode ser a solução para a seca

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Já existe uma central de dessalinização em Porto Santo e está prevista a construção de uma segunda no Algarve, que terá capacidade para produzir oito milhões de metros cúbicos de água potável por ano.

Face à grave seca que Portugal está a atravessar, a hipótese da dessalinização da água do mar está a ganhar cada vez mais força. O processo já é utilizado em 15 mil centrais em todo o mundo, sobretudo nas regiões mais secas, como o Médio Oriente, mas os nossos vizinhos espanhóis já têm 700 unidades para este fim.

Até agora há apenas uma central de dessalinização em Portugal, em Porto Santo, na Madeira. Está nos planos a construção de uma segunda unidade no Algarve, sendo que esta região vai receber cerca de 200 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência, dos quais 45 milhões serão destinados ao projeto da central.

A unidade algarvia terá capacidade para produzir oito milhões de metros cúbicos de água potável por ano, tendo potencial para chegar aos 16 milhões mais tarde.

A engenheira do ambiente Sara Correia, que é também membro da associação ambientalista Zero, explica à Renascença que “não se justifica um investimento desta envergadura” já que Portugal deve primeiramente preocupar-se com acabar com o desperdício de 174 milhões de metros cúbicos de água por ano, 20 vezes mais.

A especialista reforça que antes de se aventurar com a dessalinização, Portugal tem de “procurar fazer uma gestão mais detalhada e mais cuidada dos recursos hídricos”, como “na área da reutilização da água residual” que atualmente está pouco acima do 1%.

Caso o futuro do consumo de água em Portugal passe mesmo pela dessalinização, Sara Correia reforça ainda que estes investimentos não chegarão para responder às “grandes quantidades” exigidas pela agricultura.

Portugal encontra-se, neste momento, com 60% do território em seca extrema e e 40% em seca severa e já vários municípios tiveram de adotar medidas para limitar o desperdício de água. A Comissão Europeia prevê que estas condições mais secas do que o habitual se mantenham até novembro.

ZAP //

9 Comments

  1. Portugal já há muito que devia ter iniciado o processo de dessalinização, independentemente de procurar minimizar o desperdício de água. Isto são investimentos para o futuro do país e não a caça ao voto, mas a senhora engenheira com a resolução de hoje e não o de amanhã, está a pensar em quê? Não se consegue resolver os problemas de hoje sem pensar no amanhã. Resolver problemas de hoje pensando a 50 anos é sentido de Estado.

  2. Eu nunca vi um pais tão atrasado como Portugal com os esquentadores:
    Ligo a água quente em casa. Começa ficar morna quando abro o chuveiro… depois começa cair água gelada. Só depois de gastar 10 litros !!! de água fria preciosa, começa vir água quente outra vez.
    Por quê? Porque primeiro tenho água quente nos tubos dentro da casa do uso anterior, mas esse calor dissipa-se rapidamente nas paredes. Durante o inverno, a água fica rápido muito fria. Ou seja, estou a gastar gás precioso para aquecer a parede, e gasto 10 litros de água potável para aquecer os tubos desde a cozinha até a casa de banho, até conseguir ficar debaixo da água sem ficar congelado.
    Donde eu sou, todos usam cilindros separados para cada compartimento: cada casa de banho tem cilindro elétrico ou até o mais moderno “geiser circulante” (nem se quer existe expressão para isso em português). Cá a gente gasta gás e eletricidade para regar o esgoto e aquecer as paredes. O esquentador devia ser banido para sempre, e devia haver um programa com apoio governamental para que cada esquentador seja trocado para algo moderno.

  3. O desperdício de 174 milhões de m3 de água, a haver, só pode resultar de mau uso e de ineficiência da rede pública. Duas causas que para se resolverem vão passar décadas (a renovação da rede não dá votos e educar o povo…) Então parece-me urgente avançar com a dessalinização com o objectivo de nunca ser necessário andarem por esse país fora camiões cisterna a distribuir água e acabar com morte de vegetais e gado, já é demasiado tarde para começar. Entretanto, quando começar a chuver promovam o uso civilizado da água

  4. Com a vastidão de mar que temos, concretizar o processo de dessalinização, é cada vez mais premente para enfrentar os efeitos de secas como a deste ano, ou outras que venham a acontecer. Solucionar a questão do desperdício das águas até estas chegarem às nossas torneiras parece ser, indiscutivelmente, outra prioridade nesta matéria. Passar o tempo a fazer estudos e mais estudos para tudo e mais alguma coisa, além de desperdiçar dinheiro, adia qualquer solução viável para enfrentar problemáticas que requerem soluções mais céleres.

  5. J. Galvao, A agua sempre foi um assunto serio , mas sempre foi mal tratado, em 1974/5 foi decidido apoiar a ” construção ” de presas de agua nos locais onde houvesse aguas freáticas, estas com reservatórios / tanques em forma de mina (túnel) ou em locais estratégicos com dimensões máximas permitidas em cada local acessíveis aos Bombeiros, o projeto esgotou-se devido aos latifundiários, depois de terem recebido o que poderam, entenderem , nao esventrarem + as suas terras, montes, ou montanhas, e hoje que as florestas nao são devidamente e atempadamente limpas, fazem muita falta esses espaços que seriam cheios pelas chuvas dos invernos Gratuitamente. Alias hoje ja quase conhecemos a quem pertencem os locais , seria de voltar ao projeto, ate porque quase 50% pertence ao estado e a nossa engenharia militar poderia ter uma intervenção neste projeto.
    Outra solução quando se construíram barragens era provocar um desvio de aguas para lagos artificiais, quantos mais melhor, de forma a nao acontecer o que hoje assistimos , e também dos rios em locais estratégicos os desvios seriam uma pós solução gratuita.
    A terceira solução seria o tubo Verde ? pois é , o tubo verde poderá reduzir o consumo de agua domestica até 90% !!! parece milagre ! nao nao é, tomem nota, as etares municipais perto das nossas casas tratam as aguas e são lancadas aos rios, e aos mares e nao matam os peixes, mas se for canalisada pelo tubo Verde esta agua iria ser utilizada nos sistemas de rega dos nossos jardins e os públicos, dos nossos pátios, ruas, e até veículos, o tubo verde entraria nas nossas casas mas só ate as cisternas.
    Ja perceberam que as cisternas são um deposito que mantem cerca de cinco litros de agua ou mais, e cada vez que fazemos um XIXI la vai agua potável, se la em casa forem quatro pessoas duas vezes por dia !!!, no emprego, nos WC públicos, nas cafetarias, restaurantes, estações de transporte, ETC… é provável que em alguns casos se atinja os 95%.
    O problema ´e a aceitação deste projeto, pois terá de ser imposto pelos serviços municipais e aqui vai mexer com interesses instalados, depois também esbarrei com colegas que nao estão a ver como meter o tubo Verde dentro das casas, que ja têm muitos tubos, ora mais um tubo que nos edifícios novos o picheleiro só terá de fazer acompanhar o tubo Verde ate a(s) cisterna(s), o ramal só terá de acompanhar no inverso a tubagem das aguas domesticas, e assim teremos menos custos domesticos , e mais agua potável disponível.
    Ainda haverá mais soluçoes, mas !!!

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