Trabalhadora despedida por carregar poucas vezes no teclado

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Mulher estava em teletrabalho e a ser controlada pela empresa, que via quantas vezes carregava nas teclas. E é legal.

Os patrões que acham que os funcionários são menos produtivos quando trabalham em casa estarão atentos a esta história.

Suzie Cheikho apresentou uma queixa por despedimento sem justa causa contra a empresa onde trabalhava, a Insurance Australia Group. O documento foi apresentado em Março deste ano.

Após 18 anos a trabalhar para aquela empresa, a australiana foi despedida quando estava em regime de teletrabalho.

Suzie queixou-se no canal 7news de ser “um alvo” e acusou os antigos superiores de lhe terem feito um “ataque premeditado”, ao afastá-la.

“Eu estava a passar por alguns problemas pessoais e de saúde mental. Fui repreendida pelo meu trabalho, em vez de a minha empresa cumprir o seu dever de cuidar e me ajudar”, alegou.

Mas a Comissão do Trabalho da Austrália não deu razão à queixa apresentada por Suzie.

Porquê? Porque, entre outros motivos, a ex-trabalhadora não carregava muitas vezes no teclado.

A comissão justificou que a Insurance Australia Group teve um “motivo válido de má conduta” para despedir a australiana.

Suzie, alega a empresa, chegou atrasada ao emprego em 47 dias, não cumpriu o horário que lhe estava atribuído em 44 dias, saiu mais cedo em 29 dias e faltou 4 dias.

Mas há mais: através de um regime de monitorização à distância, a tecnologia Bossware, a empresa reparou que a trabalhadora tinha uma “actividade de digitação muito baixa”.

Ou seja, carregava poucas vezes no teclado do computador: nenhum toque nas teclas durante 117 horas em Outubro do ano passado, subindo para 143 horas em Novembro e descendo para 60 horas sem teclar em Dezembro.

E podem? Podem

A questão disto tudo: é legal.

Os patrões podem mesmo vigiar – mesmo desta forma ou através da câmara de vídeo, por exemplo – o que os seus funcionários estão a fazer em casa.

Não há direito constitucional à privacidade, na Austrália, lê-se numa Lei do Parlamento.

A empresa também alega que não conseguiu contactar Suzie algumas vezes; a australiana explica que teve emergências médicas nesses momentos. E, como vive sozinha, não poderia ser contactada indirectamente.

ZAP //

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