São planetas diferentes da Terra: não estão associados a uma estrela, não têm dias ou anos, a noite é eterna – e pode haver vida.
Os planetas errantes não encaixam na noção de planeta que os terrestres têm.
São planetas diferentes da Terra: não estão associados a uma estrela, não têm dias ou anos. E a noite é eterna.
São isolados; andam a vaguear pelo espaço interestelar, não estando ligados gravitacionalmente a nenhuma estrela. Não orbita qualquer estrela, como por exemplo a Terra gira à volta do Sol.
Como estão longe de estrelas, regra geral, são planetas muito frios. Mas têm uma vantagem: não serão “engolidos” por uma estrela.
São planetas que são “expulsos” dos seus sistemas estelares originais devido a interacções gravitacionais com outros planetas ou estrelas; ou nascem isoladamente a partir de nuvens de gás interestelar.
Como está sempre de noite, são também difíceis de detectar pelos astrónomos: falta luz estelar.
No entanto, o telescópio Euclid descobriu mais sete planetas errantes.
E isto não é um pormenor: há cientistas que acreditam que há vida nestes planetas.
No final de Maio, a Agência Espacial Europeia divulgou os primeiros resultados científicos do telescópio Euclid desde que a missão foi lançada (Julho de 2023).
Os sete novos planetas, flutuantes e livres, são gigantes gasosos com pelo menos quatro vezes a massa de Júpiter.
Foram detectados na Nebulosa de Orion, a região de formação de estrelas mais próxima da Terra, a cerca de 1500 anos-luz de distância.
O estudo mostra que o Euclid também confirmou a existência de dezenas de outros planetas errantes previamente detetados.
O telescópio deixou ainda pistas sobre a formação dos planetas errantes: alguns podem ser formados na parte externa de um sistema solar antes de se desligarem da sua estrela e flutuarem para longe. Ou podem nascer como um “subproduto natural” do processo de formação de estrelas.
Citado na AFP, o astrónomo Gavin Coleman comentou que estes planetas diferentes muitas vezes evocam “sentimentos de assombro e mistério“.
“Todos nós crescemos com o Sol no céu, e pensar num planeta apenas à deriva pelo espaço sem nenhuma estrela no horizonte é fascinante”, acrescentou o especialista – embora também haja planetas binários, que giram à volta um do outro num único sistema.