Um novo estudo revela que os pastores nómadas romanos instalaram as suas culturas na Grécia, com sucesso, após o colapso do Império Romano.
Uma análise ao pólen do lago Volvi, na Grécia, apresentada recentemente na European Geosciences Union Meeting 2024, revelou que os nómadas romanos se instalaram naquela região grega, durante séculos, após a queda do Império Romano.
O estudo incidiu em núcleos de sedimentos que se acumularam naquele lago ao longo do tempo.
O que mais saltou à vista, na análise, foram as alterações na vegetação local, ao longo do tempo, através da abundância de diferentes tipos de pólen.
Enquanto noutros locais do Mediterrâneo houve reflorestação após o colapso do Império Romano, por volta de 476 d.C; no lago Volvi, por volta de 540 d.C., a equipa encontrou menos pólen de árvores mas mais pólen de plantas associadas a pastores nómadas de gado.
Como explica o líder da investigação, Adam Izdebski, do Instituto Max Planck de Geoantropologia, naquela época, a agricultura romana desapareceu quase por completo devido à peste, alterações climáticas e guerras, mas não houve reflorestação; pelo contrário, a floresta diminuiu rapidamente.
“A paisagem era dominada por animais de pasto, mesmo nas zonas de alta montanha. Foi uma mudança completa em relação à forma como os romanos cultivaram as terras baixas durante várias centenas de anos”, explica, citado pela New Scientist.
Esta descoberta traz provas raras da presença de povos nómadas num determinado local e época, sugerindo que os antigos agricultores romanos simplesmente se deslocaram para aquela parte da Grécia.
De acordo com a New Scientist, na altura desta mudança, a Grécia estava nominalmente sob o controlo do Império Romano do Oriente. Há registos de invasões por nómadas búlgaros por volta de 540 d.C., mas não se sabe quanto tempo viveram na região.