Cientistas do Museu de História Natural da Flórida, nos Estados Unidos, encontraram o primeiro ninho da rara abelha Osmia calaminthae.
Especialistas do Museu de História Natural da Flórida encontraram um ninho de raras abelhas calamintha azuis (Osmia calaminthae).
Estes insetos já haviam sido descritos em 2011, altura em que foram avistados em quatro locais no Lake Wales Ridge, na região central daquele estado norte-americano. Novas populações foram registadas no ano passado.
No entanto, só agora é que os cientistas localizaram um ninho e observaram os insetos em 11 locais, incluindo a Floresta Nacional de Ocala, detalha o Phys.
“O objetivo final é manter esta abelha por perto num futuro próximo”, disse Jaret Daniels, principal autor do projeto, em comunicado. “Estudar e compreender estas espécies é mais impactante para nós quando conduz a etapas de conservação do organismo.”
No futuro, as análises de ADN vão revelar o motivo pelo qual estas abelhas azuis se isolaram geneticamente ao longo do tempo, tornando-se tão raras. Sequenciar o genoma poderá ajudar também a identificar outras espécies do género Osmia, como as abelhas Osmia lignaria, importantes polinizadoras para a agricultura.
No caso das abelhas calamintha azuis, que se alimentam principalmente de plantas ameaçadas do género Clinopodium ashei, os cientistas descobriram que, afinal, também comem plantas Conradina – uma espécie que também corre risco de extinção na natureza, mas é ainda mais rara.
Os especialistas descobriram que a abelha visita plantas Conradina no início do ano, antes mesmo que a outra espécie floresça, o que causa preocupações relacionadas com a disponibilidade de alimentos.
O problema é que o aumento da temperatura na Flórida pode dissociar o período de floração das Clinopodium ashei, afastando as flores da época do aparecimento da abelha, em fevereiro. Este desencontro é grave, uma vez que o inseto azul também está ligado à polinização das plantas ameaçadas de extinção.
Outra curiosidade sobre estas abelhas é que os seus ninhos são subterrâneos. Os investigadores estavam convencidos de que a casa dos insetos seria um caule oco ou uma árvore morta, mas este novo detalhe pode ajudá-los a traçar novas estratégias para proteger a espécie.