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Descoberta nova serpente fantasma com olhos-de-gato em Madagáscar

Sara Ruane / LSU

Madagascarophis lolo, a serpente “fantasma” com olhos-de-gato

Uma equipa de cientistas internacionais descobriu uma nova espécie de serpente olhos-de-gato em Madagáscar. Só um espécimen foi encontrado e foi tão difícil detetá-la que os investigadores a denominaram de “fantasma”.

A Madagascarophis lolo – o nome científico atribuído a esta nova espécie de serpente de Madagáscar – foi descoberta em 2014, na altura da época das chuvas, quando este tipo de répteis são mais ativos.

Mas só depois de análises morfológicas efetuadas nos EUA, testes de comparação de ADN e contagem de escamas, foi possível concluir que se trata mesmo de uma nova espécie, revelam os investigadores no artigo publicado na revista Copeia.

A serpente tem uma cor cinzenta pálida e um comportamento tão esquivo e fugidio que levou os seus descobridores a chamarem-lhe fantasma – ou “lolo” em Malgaxe, a língua oficial de Madagáscar.

Este novo réptil pertence ao grupo de serpentes endémicas da ilha, as Madagascarophis ou olhos-de-gato, como são mais conhecidas, por terem pupilas verticais que caracterizam as espécies que são mais ativas durante a noite.

É uma serpente única na cor porque “nenhuma das outras Madagascarophis é pálida e nenhuma tem estes padrões distintivos”, explica a investigadora Sara Ruane, do Museu de Ciências Naturais da Universidade do Estado do Luisiana, nos EUA, ao Science Daily.

Sara Ruane / LSU

A “Madagascarophis lolo difere de todas as outras espécies de Madagascarophis, tendo uma cor de corpo cinzenta combinada com um padrão alternativo de manchas cinzentas pálidas, ao longo da coluna vertebral, e a presença de escamas pretas nas linhas de escamas vertebrais, dando a aparência de uma fina linha preta dorsal”, escrevem os autores no artigo científico.

A serpente “fantasma” foi descoberta no Parque Nacional de Ankarana, no norte de Madagáscar, uma área protegida, um dado que é ainda mais surpreendente para os investigadores e que vem reforçar a ideia de que ainda há “novas espécies” por descobrir na ilha, nomeadamente por haver “muitas regiões de difícil acesso e pouco exploradas”, conforme sustenta Sara Ruane.

“Foi muito duro. Deu muito trabalho, mas a recompensa foi grande. As serpentes são difíceis de encontrar, mesmo nas melhores circunstâncias. São bastante esquivas”, salienta.

A descoberta, liderada pela investigadora norte-americana, contou também com a participação de cientistas do Museu Americano de História Natural e da Universidade de Mahajunga, em Madagáscar.

SV, ZAP

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