Russos descobrem nova ilha no Mar Cáspio

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Yu. Shulgina, Videostudio IO RAS

A nova ilha que apareceu recentemente no Mar Cáspio

Um grupo de investigadores russos descobriu uma nova ilha no Mar Cáspio. Ainda não foi possível aterrar nela, mas os cientistas já conseguiram adiantar que está cheia de cristais de areia.

Uma expedição de investigação russa feita no final de maio confirmou o aparecimento de uma nova ilha na parte norte do Mar Cáspio.

A ilha, que ainda não tem nome, está localizada a 30 quilómetros a sudoeste de outra ilha chamada Maly Zhemchuzhny.

De acordo com um comunicado da agência noticiosa estatal russa TASS, a ilha está apenas ligeiramente elevada acima do nível da água e a sua superfície estava húmida. Além disso, é maioritariamente plana, mas está coberta de cristas de areia.

Segundo disse à Live Science Stepan Podolyako, do Instituto de Oceanologia P. P. Shirshov da Academia Russa de Ciências (IO RAS), que fez parte da expedição, a nova ilha nasceu devido a uma queda nos níveis de água do Mar Cáspio.

“A ocorrência de novas ilhas no Mar Cáspio está associada a processos cíclicos de flutuações de longo prazo no nível [destas] águas interiores. As ilhas de Awash são elevações no fundo do mar que vêm à superfície durante períodos de descida do nível do mar”, explicou Podolyako.

O que acontece no Mar Cáspio?

O Mar Cáspio, que fica na junção entre a Europa e a Ásia, é o maior corpo de água interior do mundo quando medido pela sua área de superfície de 371.000 quilómetros quadrados.

Os níveis deste mar desceram durante as décadas de 1930 e 1970, antes de voltarem a subir – e começaram a descer novamente por volta de 2010.

As alterações climáticas podem ser responsáveis pelo recente declínio, porque os níveis de água do Mar Cáspio dependem em parte das taxas de evaporação, admitiu Podolyako.

Além disso, há mudanças tectónicas a ocorrer no fundo do mar, o que “pode explicar as alterações nos níveis de água”, acrescentou.

Os cientistas detetaram pela primeira vez sinais da nova ilha em imagens de satélite em novembro de 2024 – quando uma pilha de areia e sedimentos rompeu a superfície da água começou a secar.

Durante a recente expedição, os investigadores conseguiram aproximar-se da ilha para confirmar a sua existência, mas não conseguiram aterrar devido às condições adversas da ilha.

Atualmente, a ilha situa-se apenas alguns centímetros acima do nível da água, mas isso poderá mudar com a diminuição dos fluxos fluviais para o Mar Cáspio no verão e no outono. Esta situação poderá fazer baixar os níveis de água à volta da ilha e aumentar a sua elevação.

ZAP //

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